Mello diz no Rio que PT é 'autoritário'

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, tachou hoje, no Rio, o PT de "autoritário", ao se referir à reclamação que o partido protocolou no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra ele, baseada nos comentários dele sobre o "caráter eleitoreiro" de programas do governo. Mello veio hoje à capital fluminense para participar do 2º Congresso Brasileiro de Direito de Seguros e Previdência, realizado na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), e deu uma palestra sobre o tema "A eticidade nas relações entre segurados e seguradoras". Apesar de dizer que o episódio estava "há muito suplantado", ele o relembrou. Foi quando chamou o partido de "autoritário", pela primeira vez: "Paira no ar um viés autoritário, muito embora não tenhamos mais campo no Brasil para retrocessos em termos do Estado democrático de Direito." Depois da conferência, Mello dirigiu-se a uma outra sala e deu declarações, voltando a falar do assunto. "Realmente, fiquei espantado de perceber que o PT veio a adotar uma postura que não é harmônica com aquela postura que, há anos atrás, nós imaginávamos em relação a este partido." Para o ministro do STF e presidente do TSE, houve "uma tentativa inglória de intimidar uma autoridade constituída: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral". Ainda sobre a legenda, Mello completou: "É muito mais fácil ser estilingue do que vitrine." Quanto à acusação, feita pela sigla, de que municia a oposição contra o governo, o ministro do STF e presidente do TSE afirmou que se trata de uma "injúria, se não beirar a difamação e a calúnia". "Creio que a oposição não precisa de qualquer alerta." Em seguida, disse que aguardará o posicionamento do CNJ - embora o órgão não possa punir ministros do Supremo. "Eu, hoje, sinto-me um pouco cansado. Quem sabe eu possa ir pra casa mais cedo?", deixou no ar.

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