
28 de dezembro de 2010 | 20h45
"O vice-presidente não teve mais sangramento intenso como aquele que levou à cirurgia, mas nesses dias todos persistia um certo grau de sangramento que começou a criar problemas clínicos. Então, optou-se hoje pela angiografia", disse. "O doutor Carnevalle (o médico intervencionista Francisco Carnevalle) conseguiu fechar a artéria e esperamos que o tumor pare de sangrar."
Na avaliação de Cutait, o procedimento foi "bem resolvido". "O vice-presidente está bem", disse o cirurgião. Ao ser indagado sobre o fato de o procedimento ter durado tantas horas, justificou: "Porque é difícil ''pra burro'' fazer isso."
O médico Francisco Carnevalle explicou como foi a intervenção. "Foram realizadas duas etapas, uma arteriografia diagnóstica, que é o estudo dos vasos que nutriam o tumor, e um cateterismo superseletivo com um cateter de 1 milímetro de diâmetro até o tumor. Chegando ao tumor e identificamos o foco que vinha sangrando. O sangramento era muito pequeno, no entanto foi diagnosticado e tratado através da técnica de embolização", afirmou.
Carnevalle explicou que a embolização é a injeção de microesferas de acrílico, revestidas por colágeno, com o objetivo de fechar mecanicamente os vasos comprometidos. "As microesferas são muito pequeninas, como grão de açúcar", disse. Essas microesferas, conforme o médico, foram colocadas no vaso responsável pelo gotejamento do tumor localizado no intestino e responsável pelo sangramento.
Ao serem indagados sobre a possibilidade de José Alencar comparecer à posse da presidente eleita Dilma Rousseff no sábado, em Brasília, os médicos explicaram que serão necessárias de 48 horas a 72 horas para avaliar a evolução do estado do paciente e verificar se eventualmente não ocorrerá nenhuma complicação, como novos sangramentos. Segundo os médicos, Alencar está reagindo bem ao procedimento realizado.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.