Médicos de Curitiba já cobram de quem tem plano

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sem resposta das empresas ligadas à Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg) a um apelo para que fossem adotados os valores da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) orientou seus filiados que, desde o dia 15, vêem cobrando R$ 50,00 pela consulta para pacientes que têm os planos. "Emitimos recibo e ele vai ao grupo para ser ressarcido", disse o presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos e vice-presidente do CRM, Hélcio Bertolozzi Soares. Dos pacientes que se submetem a atos cirúrgicos são cobrados os valores constantes da lista, mediante recibo para ressarcimento. Segundo Soares, se em seis meses não houver acordo, os médicos poderão suspender totalmente o atendimento. Em relação aos pacientes com planos de empresas públicas ligadas à Unidas/Assefas, há negociação. A proposta inicial não foi aceita e as empresas têm até o dia 1º para encaminhar novas propostas. Do contrário, também haverá rompimento e os médicos passarão a fazer cobranças. Com a Unimed Curitiba, que é uma das empresas mais fortes na capital paranaense, o CRM formou uma comissão paritária que terá três meses para elaborar uma lista de procedimentos e seus valores. Segundo Soares, o movimento, que atingiu um ápice no início de março em Curitiba, com a paralisação do atendimento por convênios por duas horas, já está chegando ao interior do Estado. De acordo com ele, nos últimos 13 anos não houve qualquer reajuste nos valores repassados aos médicos, o que representaria uma perda de 300%. "Mas esse valor foi repassado aos usuários dos planos", afirmou. O Paraná tem cerca de 14 mil médicos ativos. De acordo com o CRM, 92% têm pelo menos um vínculo com planos de saúde. Em razão da baixa remuneração, os médicos estariam sendo obrigados a encurtar as consultas para aumentar a demanda e Ter como honrar seus compromissos. "Isso não é bom para ninguém, pois não melhora a relação médico-paciente", lamentou Soares.

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