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''Me colocam como se fosse monstro'', afirma prefeito

Dulcídio Pinheiro se defende dizendo desconhecer irregularidades; ?Quero sair com o nome limpo?, reclama

Por Angela Lacerda
Atualização:

O prefeito de Oeiras do Pará, Dulcídio Pinheiro (PMDB), não se conforma com o "estrago" causado pela passagem da Controladoria-Geral da União (CGU) no município. "A repercussão foi muito negativa, quero me justificar", afirmou ele na segunda-feira, em entrevista em Belém, onde passou parte da semana. "Entrei na política com o nome limpo, quero sair com o nome limpo." Adversários não deixaram escapar a oportunidade de tirar proveito da situação e, no fim de semana passado, foram distribuídas pela cidade cópias de reportagem do jornal paraense O Liberal com resumo das irregularidades divulgadas pela CGU. "Me colocam como se eu fosse um monstro, mas as pessoas sabem quem é o Dulcídio", afirmou o prefeito, ainda buscando, ele próprio, explicação para a falta de respostas ao levantamento da CGU. "Eu imaginava que estava tudo certo." "São irregularidades administrativas que acontecem em todo lugar do País", minimizou o presidente da Câmara de Vereadores de Oeiras do Pará, Antonio Ferreira Pinheiro, irmão do prefeito. "Não há falcatrua." "O que tenho hoje é quase o que tinha antes (da eleição), o adversário sabe disso, mas quer tirar vantagem", insistiu o prefeito. Para ele, nada será como antes na cidade. "É um exemplo também para os outros (prefeitos) que vierem", afirmou. Dulcídio observou ainda que o comércio vai aprender a se regularizar, ao se referir à compra, pela prefeitura, de produtos sem nota fiscal. COMO LULA Carpinteiro de profissão, 55 anos, casado e pai de seis filhos (a mulher, um filho e um irmão são secretários municipais), o prefeito faz questão de lembrar que, a exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele também não teve estudo - já era casado quando cursou o então ginásio - e tem como uma das suas preocupações o zelo pela educação. Em 2002, a prefeitura firmou convênio com a Universidade Vale do Acaraú (UVA) para qualificar os professores do município. A administração da cidade pagou metade do curso - a outra metade foi bancada pelo aluno - e em 2006 realizou concurso para efetivar a progressão do profissional. Há quatro meses, os professores - 445 no total - têm salário de R$ 775 (inicial) e R$ 1.175 (nível médio). Segundo dados da prefeitura, o município possui 62 escolas e 10.373 alunos. Também como Lula, Dulcídio diz que o povo o conhece e confia nele. Por isso acredita que, apesar do rolo compressor que enfrenta, em outubro irá eleger o seu sucessor: o vereador Edvaldo Nabiça (PMDB), cuja mulher, Maria Elibeth Tenório Leão, é secretária municipal de Saúde. Os outros pré-candidatos são Bena Castro, vereadora do PT, e o ex-secretário de Finanças no primeiro mandato do prefeito, Eli Batista (PR). Apesar de serem da oposição, os vereadores Paulo Pimentel e Bena Castro reconhecem o empenho de Dulcídio com a educação e elogiam seu primeiro mandato, período em que construiu 27 escolas e quando não havia desconfiança de serviços inadequados.

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