BRASÍLIA - O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, se disse neste sábado, 27, "indignado" com as acusações feitas pelo presidente da UTC, Ricardo Pessoa. Em delação premiada, o executivo teria apontado repasses irregulares à campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Edinho afirmou que toda a arrecadação eleitoral do comitê da petista foi feita dentro da legalidade.
Edinho foi o tesoureiro da campanha pela reeleição de Dilma. "Me causa indignação que o meu nome tenha sido envolvido em uma delação premiada", declarou Edinho, em coletiva ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Me causa indignação o vazamento seletivo dessa delação premiada e me causa indignação a construção da tese de criminalização, também seletiva, das doações da nossa campanha, quando outras campanhas também receberam doações semelhantes, com o mesmo caráter."
"Ao longo da trajetória, nenhum empresário fez qualquer afirmação que insinuasse que os meus diálogos não tivessem ocorrido dentro da legalidade, com lisura e transparência", acrescentou o ministro.
Ele destacou ainda que as contas de Dilma foram "rigorosamente auditadas e aprovadas por unanimidade" pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que as contribuições feitas por Pessoa representam "apenas 2%" do total arrecadado na reeleição da petista.
"Eu jamais tive qualquer diálogo com esse empresário que não fosse o diálogo que o tesoureiro de campanha tem, como os demais tesoureiros tiveram com ele. O que ele pactuou foram doações legais, dentro da legalidade", enfatizou o ministro.
Edinho criticou o que chamou de "vazamentos seletivos" do depoimento e disse que vai constituir advogado e pedir acesso à delação premiada de Pessoa.
"Se confirmado o conteúdo divulgado pela imprensa - caso se confirmem as mentiras divulgadas -, eu tomarei as medidas judiciais em defesa da minha honra", rebateu Edinho. "O que farão cessar os benefícios decorrentes de uma delação premiada que não expressa as verdades dos fatos."