BRASÍLIA - Com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara, na tarde desta quinta-feira, 7, deputados já consideram eleger um novo nome para comandar a Casa no início da próxima semana. Um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou que o objetivo do presidente da Câmara de renunciar ao cargo é garantir tempo hábil para uma nova eleição do comando da Casa antes do recesso parlamentar. “A renúncia acontece hoje para que haja tempo hábil para a eleição de um novo presidente nos primeiros dias da próxima semana. Esperamos já na segunda-feira!”, disse Marun, logo após a entrevista coletiva de Cunha em que abdicou do cargo.
Marun disse estar convencido de que a renúncia foi o gesto mais adequado de Cunha para superar o impasse por que passa. O Supremo Tribunal Federal suspendeu há dois meses o peemedebista de suas funções parlamentares.
Para o aliado de Cunha, a saída dele do comando da Casa foi um gesto de “coragem” e “grandeza”. Marun defendeu que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara reconheça esse gesto - o colegiado ainda não apreciou um recurso que poderá livrar Cunha da cassação do mandato, determinada pelo Conselho de Ética da Casa.
O deputado do PMDB afirmou que a bancada do partido vai se reunir em breve para discutir se vai lançar um nome para disputar a presidência da Câmara.
Sucessão. Presente na reunião de líderes da base aliada, convocada após a renúncia da presidência da Câmara por parte do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PR, Aelton Freitas (MG), considerou que a nova eleição para o comando da Casa deve ocorrer no mais tardar na segunda ou terça-feira da semana que vem.
“Estamos discutindo o rito e o dia. Acredito que na segunda ou terça da próxima semana a eleição será realizada”, ressaltou Freitas após deixar o encontro com os demais líderes.
A mesma previsão foi feita pelo líder do PSD, Rogério Rosso (DF), que considera que o substituto de Cunha deverá ser definido logo no começo da semana. “Vamos começar a analisar o regimento. Temos que fazer a eleição o mais rápido possível. O regimento fala em até 5 sessões, mas podemos fazer até na próxima segunda-feira”, ressaltou Rosso.
Autor da convocação da reunião dos líderes, o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), também defendeu celeridade para preencher a cadeira deixada por Eduardo Cunha.
"Vou conversar com os líderes e, se acharem que devemos agilizar, vamos ter de mobilizar para dar quórum amanhã (sexta-feira, 8) e na próxima semana para começar a contar o prazo regimental", afirmou Moura ao Estado. Na avaliação do líder, atualmente, além de Rosso, há dois candidatos com potencial para suceder Cunha: Fernando Giacobo (PR-PR) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).