12 de dezembro de 2017 | 05h00
BRASÍLIA - O quarto andar do Palácio do Planalto voltou, nesta segunda-feira, 11, a ter maior movimentação de parlamentares, atraídos pela troca de comando na Secretaria de Governo. No fim da tarde, a pedido do presidente Michel Temer, o ministro demissionário Antonio Imbassahy (PSDB) recebeu em seu gabinete o sucessor, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), para começar a transição no cargo.
A missão dada ao tucano era repassar ao peemedebista as demandas e tarefas da pasta. Coube ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, intermediar o início da primeira reunião entre os dois. Padilha e Marun visitaram Temer antes. A cerimônia de posse deve ocorrer na quinta-feira, depois que Marun concluir seu relatório na CPI Mista da JBS no Congresso. Até lá, Imbassahy continua na pasta, a pedido de Temer.
A tendência é de que o peemedebista mantenha no cargo, ao menos por um período, o chefe de gabinete Carlos Henrique Sobral e a secretária executiva, Ivani dos Santos. Eles são nomes ligados ao PMDB e foram levados para o Planalto pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), denunciado pela Procuradoria-Geral da República no caso do apartamento em Salvador onde foram encontrados R$ 51 milhões.
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Deputados da base voltaram a circular nos corredores do Planalto e a formar fila na sala de espera da Secretaria de Governo. Antes, partidos do Centrão vinham pressionando o governo a afastar Imbassahy da articulação política. Parlamentares alegavam que não conseguiam interlocução com o tucano à frente da pasta.
Nesta segunda-feira, um dos que acompanharam a chegada de Marun foi o deputado André Amaral (PMDB-PB). “Com o Imbassahy eu nem tratava”, disse o peemedebista.
+++E tudo está no seu lugar mesmo?
Office-boy. O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) aproveitou para ir à secretaria para pedir o pagamento de cerca de R$ 1 milhão em emendas já empenhadas para prefeituras de Minas.
Algumas, segundo ele, são do orçamento de obras já realizadas, mas que não tiveram o repasse do governo ao município para quitar o débito com empreiteiras.
“Está sendo uma transição de alto nível, com respeito pelo trabalho do Imbassahy. Tem de ser assim, até office-boy faz transição”, disse Sávio ao Estado.
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