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Marta tomará posse no Ministério do Turismo na sexta-feira

´Sou uma fazedora´, disse a ex-prefeita sobre seus planos para o ministério

Por Agencia Estado
Atualização:

Chegou ao fim a novela sobre a ida da ex-prefeita Marta Suplicy ao Planalto. Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, 19, em Brasília, Marta afirmou que tomará posse no cargo nesta sexta-feira. A ex-prefeita sucederá o ministro Walfrido Mares Guia, que assumirá no mesmo dia que ela a pasta das Relações Institucionais, antes ocupada por Tarso Genro, agora ministro da Justiça. "Sou uma fazedora", disse a ex-prefeita ao ser questionada sobre seus planos para o ministério. Na sua opinião, o Ministério do Turismo é uma pasta uma pasta "a ser turbinada". Ela contou que no encontro o presidente Lula disse que não é o momento de mudar a Infraero do Ministério da Defesa para o do Turismo. "O presidente Lula me disse que não era o momento de mudar a Infraero de lugar", disse. Por conta dos atrasos nos vôos, Marta ficou duas horas esperando um avião em São Paulo, o que acabou atrasando seu encontro com Lula. "Esse é um problema sério que desgasta a imagem do Brasil e a paciência do brasileiro", disse Marta, comentando que é "desagradável" ficar retida em um aeroporto à espera de uma decolagem. Sobre a possibilidade de ela deixar o Ministério para concorrer a um cargo eletivo, Marta Suplicy disse:"é muito cedo para falar disso". Marta é apontada como uma das potenciais candidatas do PT à sucessão de Lula, em 2010, e também como nome do partido para voltar à prefeitura de São Paulo, em 2008. "Estou entrando no ministério. Deixa eu entrar, gente", afirmou, recusando qualquer previsão sobre seu futuro político. Banho-maria Depois de meses submetida a um constrangedor "banho-maria", no qual Lula insinuava convidá-la e depois desconversava, Marta optou pelo silêncio e pela cautela. A ex-prefeita aceitou o convite, mesmo depois de ser descartada para pastas mais poderosas, como Cidades e Educação. Mas agora pode se sentir liberada para concorrer à Prefeitura de São Paulo no ano que vem, desobrigando-se de continuar no ministério até o fim do segundo mandato de Lula. Quando ainda era cotada para Cidades ou Educação, Marta deixou claro que aceitava as condições impostas pelo presidente, que não queria tê-la como uma ministra-candidata. Naquele momento, em fevereiro, ela se considerava um nome da "cota de Lula" no Ministério. Agora, segundo colaboradores, a ex-prefeita se considera como um nome da "cota do partido". Isso não quer dizer que a ex-prefeita não ligue mais para Lula. Ao contrário, dizem seus colaboradores, ela vê a possibilidade de construir uma nova relação com o presidente ao longo dos próximos meses, apostando todas as fichas numa boa gestão no Ministério do Turismo. Por isso, em seu círculo mais próximo a ordem é trabalhar duro em Brasília. O ministério pode ser uma boa vitrine para uma eventual campanha em 2008 ou mesmo 2010. Pressão e superexposição O fato de ser hoje um dos nomes mais fortes do PT para a campanha presidencial de 2010 pesou contra a ex-prefeita nesta arrastada reforma ministerial. Lula demonstrou desconforto com a idéia de Marta ganhar muito poder em seu governo e se impor como candidata à sua sucessão. A pressão do PT ajudou a incomodar ainda mais o presidente. Parte da "pressão" se deve ao pesado jogo político dentro do próprio partido. Colaboradores reclamam que a superexposição do nome da ex-prefeita, prejudicial à sua imagem, foi orquestrada pelos adversários no PT. Queriam justamente que ela aparecesse na mídia como a líder ambiciosa que lutava por um cargo poderoso. (Colaboraram Tânia Monteiro, Vera Rosa e David Moisés) Texto ampliado às 19h59

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