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Marta pode deixar Ministério do Turismo no fim do mês

PT pretende atrair outros partidos, principalmente o PMDB, e, se possível, contar com candidato a vice

Por Anne Warth e da Agência Estado
Atualização:

A ministra do Turismo, Marta Suplicy, poderá deixar o cargo no fim do mês ou, no máximo, no início de maio para se dedicar à campanha à sucessão municipal em São Paulo. Isso porque o PT pretende atrair para a coligação outros partidos, principalmente o PMDB, e, se possível, contar com um candidato a vice-prefeito desta legenda. "Foi um erro não termos aceitado um vice-prefeito do PMDB", disse um dos maiores aliados de Marta na capital paulista, o deputado estadual Ênio Tatto. Na avaliação de Tatto, a oficialização da candidatura de Marta é fundamental para fechar alianças com partidos, não apenas o PMDB, mas também com PTB, PR, PV e PC do B. "O partido tem de ter tempo para negociar alianças com outras legendas e ter um nome já colocado para a Prefeitura é o ideal", observou. "Mas tudo a seu tempo", acrescentou. Marta tem até 5 de junho para deixar o ministério, mas o partido pressiona a ministra para que comece a se dedicar à campanha desde já. A idéia é aproveitar o racha entre tucanos e democratas, que admitem lançar candidaturas próprias nas eleições deste ano - o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) -, dando fim a uma das mais fortes alianças da recente história política brasileira. Para os petistas, enquanto o PSDB briga com o DEM e divide eleitores e aliados, Marta deve aproveitar o momento para atrair os partidos que lhe darão sustentação política e mais tempo de propaganda eleitoral gratuita. A aliança com o PMDB daria à ex-prefeita o maior tempo no rádio e na TV, superando a exposição de Alckmin e Kassab Tatto reconheceu que houve erros na campanha para a reeleição da então prefeita em 2004, cujo vencedor foi o atual governador José Serra (PSDB). Um dos maiores erros, admitiu o deputado, foi justamente a recusa em aceitar um vice-prefeito do PMDB para compor a aliança. Dessa vez, o PT já iniciou negociações com o PMDB e vai aceitar o nome que for indicado pela maioria. "Nossa prioridade é ter um vice-prefeito do PMDB, mas não vamos interferir no processo de escolha. De uma vez por todas, reconhecemos a importância do PMDB", afirmou. Campanha Outro equívoco da campanha anterior foi a condução da campanha eleitoral. Segundo ele, embora um dos maiores acertos políticos da ex-prefeita tenha sido a criação do Bilhete Único e de corredores de ônibus, também nessa área residia seu maior problema: as obras de renovação de calçadas e para a construção de um túnel na Avenida Rebouças, que ocorreram seis meses antes das eleições. "A oposição colocou o assunto no debate e desgastou a imagem de Marta. Foi um massacre", lembrou. Hoje, no entanto, Tatto destaca que os congestionamentos na cidade estão bem maiores que os registrados durante a gestão da ex-prefeita. Esse assunto será um dos principais temas a serem explorados durante a campanha eleitoral da ex-prefeita neste ano, adianta Tatto, além dos tradicionais saúde e educação. "A população sente saudades da gestão dela", opinou. Os diretórios municipal e estadual do PT já planejam lançar, nos próximos dias, um movimento de apoio à candidatura da ministra. Marta tem sido pressionada para oficializar a candidatura e os petistas já admitam que a legenda não trabalha com outro nome para a capital paulista. "É impossível que Marta não saia candidata em São Paulo", finalizou Tatto.

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