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Marta define saída do Ministério para lançar candidatura em SP

Acerto foi feito com Lula e o próprio presidente deve dar o pontapé inicial da campanha para a Prefeitura

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Por Vera Rosa
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou nesta quinta-feira, 13, com a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), a saída dela do cargo para a campanha à Prefeitura de São Paulo. Marta deixará o posto perto do dia 5 de junho, prazo máximo imposto pela lei eleitoral, mas poderá anunciar a candidatura à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) antes dessa data. A expectativa é de que o próprio Lula dê o pontapé inicial da campanha de Marta em 4 de abril, quando os dois estarão no mesmo palanque, no Guarujá (SP), para o lançamento de um programa de desconto em viagens para idosos, na baixa estação. 'Sentimento' do PSDB é por candidatura própria, diz Alckmin Na conversa desta quinta, o presidente disse à ministra que ela não precisa ter pressa para deixar o posto, porque seu nome já é conhecido. Argumentou, ainda, que a divisão do PSDB e o desentendimento de uma ala do tucanato com Kassab favorecem a candidatura de Marta, que foi prefeita da capital no período de 2001 a 2004, mas não conseguiu se reeleger. O marqueteiro da campanha de Marta deverá ser o publicitário João Santana, ex-sócio de Duda Mendonça que atua como uma espécie de consultor do Planalto. Santana avalia que quanto menos a ministra entrar na linha de fogo, agora, melhor. Pesquisas em poder do Q.G. petista indicam ainda que a situação de Marta também melhorou depois do racha entre tucanos e integrantes do DEM, em São Paulo. A decisão de Geraldo Alckmin (PSDB), que resolveu enfrentar o governador José Serra e concorrer à Prefeitura, animou o Planalto e a cúpula do PT. No diagnóstico dos petistas, o lançamento de Alckmin e Kassab beneficiará Marta. Em São Paulo, vereadores e deputados do PT já se aproximam de Serra e Kassab, confiantes em um pacto anti-Alckmin nas eleições, caso o ex-governador vá para o segundo turno. Substitutos Além de Marta, o ministro da Previdência, Luiz Marinho, também deixará o posto em junho para disputar a prefeitura de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Lula ainda não definiu quem serão os substitutos de Marta e Marinho, mas a abertura de duas vagas na Esplanada, em menos de três meses, já assanha os partidos aliados e promete nova temporada de embates na coalizão. O PT já avisou que não abrirá mão dos cargos, mas o PTB, o PSB, o PP e até mesmo o PMDB - à frente de seis ministérios - estão de olho nessas cadeiras. O grupo de Marta, que perdeu espaço na correlação de forças da Executiva Nacional do PT, quer que um deputado federal ocupe o Turismo. Os martistas admitem, porém, que qualquer indicação feita agora será "queimada" por Lula. Depois de conversar com o presidente e assinar acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para linha de crédito de US$ 1 bilhão - que financiará ações voltadas para o turismo em Estados e municípios -, Marta embarcou para Salvador, onde participaria do jantar com Condoleezza Rice, secretária de Estado norte-americano. A ministra acompanhará hoje a visita de Condoleezza ao Pelourinho, tradicional bairro histórico de Salvador, e, no próximo dia 18 - quando completa 63 anos -, embarcará para a China, sede das Olimpíadas. Será sua última grande viagem internacional antes de deixar o Ministério para entrar na corrida à Prefeitura.

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