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Marinho só vai suspender filantrópicas após apuração

Por Gerusa Marques
Atualização:

O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, informou ontem que as 60 instituições suspeitas de fraudar títulos de entidade filantrópica não terão os benefícios fiscais suspensos por enquanto. Ele explicou que vai esperar o resultado das investigações para revogar os certificados das que comprovadamente tenham cometido a fraude. Segundo ele, não é possível suspender os certificados agora porque não há informação suficiente para identificar os envolvidos. "Não sei quais são as entidades. Não sou a Polícia Federal", afirmou, acrescentando que nem o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) sabe quem fraudou títulos. A PF desencadeou na semana passada a Operação Fariseu para desmontar o que considera ser uma quadrilha no CNAS que vendia títulos falsos de entidade filantrópica. Empresas com esses certificados têm isenções fiscais. Marinho voltou a dizer que há uma distorção na concessão dos certificados e o sistema "está de ponta-cabeça", pois a análise das entidades só é feita três anos depois que o benefício é concedido. O ministro enviou projeto com novas regras ao Congresso. "Não faz sentido o CNAS fazer análise de concessão ou não de recursos. Quem deve conceder ou não são os ministérios titulares", afirmou. Ele aprovou a decisão do presidente do CNAS, Sílvio Iung, que na sexta-feira pediu afastamento. "Acho que ele tomou a decisão correta de se afastar enquanto as apurações ocorrem", disse.

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