Marina volta a defender decisão da eleição no 2º turno

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Por CAROL PIRES
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Num calor de 30º e umidade relativa do ar de 23%, a presidenciável do PV, Marina Silva, fez hoje uma caminhada no Parque Sarah Kubitschek, em Brasília, quando voltou a defender que a eleição seja decidida apenas no segundo turno. "Se nós podemos ouvir duas vezes, pensar duas vezes, antes de entregar o futuro do Brasil para quem quer que seja nos próximos quatro anos, por que vamos abrir mão desse direito e desse cuidado com o Brasil?", questionou.Marina contou ter ficado "muito triste" quando o deputado federal Ciro Gomes, do PSB, não conseguiu apoio para disputar a Presidência. "Porque agora nós teríamos uma variedade de candidatos, o debate estaria muito mais intenso", disse a candidata, que chegou à passeata com uma hora e meia de atraso e caminhou durante 40 minutos. Houve confusão na chegada de Marina, que, sem carro de som, falou para as cerca de 400 pessoas presentes usando um megafone.A presidenciável disse que os adversários dela, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), são competentes, "mas muito parecidos". "É como se fizesse um concurso para ver quem consegue decorar mais número, mais tabelas", criticou. "Tem alguns que estão achando que já ganharam antes do tempo ou já perderam antes do tempo, e eu estou dizendo para o povo brasileiro que nós podemos levar esse jogo da democracia para o segundo tempo".IbopePesquisa Ibope/Estado, publicada ontem, aponta para a eleição de Dilma no primeiro turno, com 51% das intenções de voto - oito pontos a mais em relação ao levantamento anterior. Serra caiu de 32% para 27% e Marina Silva oscilou de 8% para 7%.A candidata do PV disse que este um ponto porcentual é, do ponto de vista técnico, "praticamente nada". "A campanha está no caminho certo. O que eu sinto na rua é muito diferente do que aparece nas pesquisas, mas eu não vou brigar com as pesquisas, eu vou continuar conversando com as pessoas", disse.Sobre o vazamento de dados fiscais de quatro tucanos ligados a José Serra e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Marina defendeu apuração e punição rigorosa para os culpados, e disse que o Ministério da Fazenda deveria "assumir o controle" da situação. "Se nos lugares onde há sigilo, onde deve haver controle e segurança, o que o brasileiro deve pensar dos lugares onde não são tratados com todo esse cuidado".

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