Marina Silva retorna às funções de senadora

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Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

Em meio ao noticiário negativo em relação à Amazônia, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva voltou hoje ao Senado, depois de cinco anos e quatro meses - período em que esteve licenciada do cargo (ocupado até então pelo suplente Sibá Machado). Bastante festejada pelos demais senadores, Marina Silva não fez discurso. Prometeu voltar a ocupar a tribuna amanhã. Será a primeira vez em seu segundo mandato. A ex-ministra passou a maior parte do dia em reunião com assessores em seu gabinete. À tarde, foi ao plenário cumprimentar os colegas e acompanhar um trecho da posse de outro senador, Jefferson Praia (PDT-AM). Ele estreou hoje no Senado em substituição ao titular da vaga, Jefferson Péres, que faleceu de enfarte fulminante no último dia 23. Em conversa rápida com os jornalistas, a ex-ministra comentou as últimas estatísticas sobre o aumento do desmatamento na Amazônia e disse que desde setembro de 2007 o governo tinha identificado o problema. Foi essa a razão, segundo ela, que fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar, no final do ano passado, quatro decretos para tentar minimizar o estrago. Mais uma vez, Marina voltou a criticar o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que tem resistido à implementação de medidas de combate à devastação da floresta. O Mato Grosso foi responsável por 70% do desmatamento. "Está na hora de parar de contestar as medidas e somar esforços", afirmou. Marina ressaltou que o aumento do preço das commodities, a estiagem e a proximidade do período eleitoral prejudicam a integração dos Estados com a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, conseqüentemente, a implementação das medidas que se fazem necessárias. A ex-ministra demonstrou preocupação com os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que detectou em abril 1.123 km² de floresta derrubada ou altamente degradada na Amazônia. A área é equivalente ao município do Rio de Janeiro. "Os dados são preocupantes e as medidas estão corretas", afirmou ela. Marina disse ainda que pretende defender na volta ao Legislativo os projetos de interesse do País. "Oposição ferrenha eu não fiz nem no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)", disse ela, lembrando que à época apoiou Medida Provisória que aumentou a área legal da Amazônia. "Sempre digo que a melhor forma de fazer política é fazer política de País. Procuro fazer sempre a aeróbica do bem", disse.

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