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Marina E Aécio tentam barrar limite a novos partidos

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Por AE
Atualização:

Com apoio de tucanos, a ex-senadora Marina Silva articula-se para convencer colegas de Parlamento a barrar a votação do projeto de lei que restringe o acesso de novas legendas à propaganda na TV e ao fundo partidário. O projeto foi aprovado pela Câmara na noite de quarta-feira, depois de forte pressão do Planalto. A oposição interpreta que a proposta, se aprovada no Senado, servirá para dificultar as candidaturas de Marina e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à Presidência. O governo nega que tenha agido por oportunismo eleitoral.Além da ação no Senado, PSB e o novo MD (criado a partir da fusão do PPS com o PMN, e que deve apoiar uma eventual candidatura de Campos) também anunciaram que vão acionar a Justiça contra a proposta antes mesmo de ser iniciada a votação no Senado. A votação na Câmara será concluída na semana que vem, pois cinco emendas ainda não foram apreciadas. Mas o conteúdo central já foi aprovado.Eduardo Campos, que preside o PSB, classificou a aprovação do projeto na Câmara de "manobra antidemocrática". Questionado sobre o empenho do Planalto para apressar a aprovação da proposta, afirmou: "Sei que o pessoal da base do governo fez isso (pressionar os deputados), o que é um casuísmo lamentável." "Não podemos ser favoráveis a uma manobra antidemocrática como esta", disse Campos. Marina luta para criar seu novo partido, o Rede Sustentabilidade. Pela regra nova, praticamente não teria tempo de TV, já que a migração de políticos para o partido não será levada em consideração.Eduardo Campos citou o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, para comparar a criação do partido, em 2011, com o atual cenário. Na ocasião, Kassab ensaiou uma fusão com o PSB de Campos. O pernambucano foi parceiro e entusiasta do partido de Kassab. "É um casuísmo lamentável, contra o qual o PSB, como partido, se posiciona firmemente", reiterou Campos. "Agora, por coerência, não podemos ser favoráveis a uma manobra deste tipo", disse, referindo-se especificamente ao PSD.O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) rebateu os que acusaram o governo de oportunismo para asfixiar os planos de Marina e Campos. "Eu nunca ouvi falar que fidelidade partidária fosse oportunismo", disse o ministro. "Os deputados foram eleitos por partidos. Quando nós começamos o nosso partido (o PT), fizemos um longo caminho até nos constituirmos. Não tem que ter pressa em ficar criando partidos", afirmou ele. Na visão do ministro, o projeto aprovado na Câmara valoriza a fidelidade partidária. "Temos de respeitar a institucionalidade partidária, defender os partidos, e não fazer um processo sem fim de criação de partidos para acomodar interesses, aí sim, eleitorais", afirmou.O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), que trabalha para arregimentar partidos que venham a melhorar o tempo de TV na campanha de uma eventual candidatura de Campos, anunciou que entrará com mandado de segurança no STF para impedir a votação pelo Senado do projeto aprovado na Câmara. Ele pretende recorrer ao Supremo já na semana que vem assim. O gesto é político, pois o STF tem resistência em interferir em propostas ainda não aprovadas pelo Congresso.Rollemberg negou, contudo, que a iniciativa de acionar o Supremo tenha sido uma orientação do governador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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