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Marina diz que há 'mais indícios' para impeachment, mas defende solução via TSE

No entanto, para a ex-ministra, a possibilidade de Michel Temer assumir a Presidência 'não cumpre a finalidade' do impeachment

Por Isadora Peron
Atualização:
'Impeachment não é golpe', diz Marina Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - A ex-ministra Marina Silva afirmou neste domingo, 6, que os novos desdobramentos da Operação Lava Jato fortalecem a tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ela disse, no entanto, que a Rede Sustentabilidade vai continuar defendendo a cassação do mandato da petista e do vice, Michel Temer, via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Desde o início nós estamos dizendo que o melhor caminho é o das investigações no TSE, mas impeachment não é golpe. Se antes não tínhamos ainda fortes indícios, agora temos", afirmou após participar de um congresso para escolher a nova executiva da Rede, em Brasília. Para ela, se a campanha de reeleição de Dilma em 2014 foi irrigada por recursos desviados pelo esquema de corrupção que atuava na Petrobrás, caberá à Justiça Eleitoral tomar uma decisão e convocar novas eleições. "Se isso ficar comprovado, a Justiça que dê o seu veredicto e devolva à sociedade brasileira a prerrogativa de corrigir o erro que cometeu involuntariamente", disse. Marina voltou a criticar a possibilidade de Temer assumir a Presidência no lugar de Dilma se houver o impeachment, já que políticos do PMDB também são investigados na Lava Jato. "O impeachment cumpre a formalidade, mas não cumpre a finalidade, porque o PT e o PMDB são faces da mesma moeda, o partido da presidente está implicado (no escândalo de corrupção da Petrobrás), o partido do vice está implicado, seria como trocar seis por meia dúzia", disse.Lula. Neste domingo, Marina voltou a manifestar apoio à 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na última sexta-feira, que teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nenhum de nós está acima da lei. Assegurado o amplo e legítimo direito de defesa, acredito que a Justiça tem que continuar a fazer o seu trabalho", disse. A ex-ministra, que foi filiada ao PT por décadas, disse lamentar a situação pela qual passa o seu antigo partido e afirmou ter ficado perplexa quando soube que Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva. Ela, no entanto, disse não considerar o ato tenha sido um abuso por parte da Polícia Federal. "O mais importante que a gente faça tudo em consonância com a Constituição, não cabe qualquer desqualificação sobre o trabalho da Justiça", disse. Ela disse ainda que não, a princípio, não s pode nem condenar ninguém, nem descartar as denúncias que surgem. "Temos que aguardar o andamento das investigações", disse. Desde quinta-feira, integrantes da Rede estavam reunidos em Brasília para eleger a nova executiva do partido. Marina foi anunciada neste domingo como a nova porta-voz da legenda. O cargo é equivalente à presidência de outros partidos. Ela vai dividir a função com o jovem José Gustavo Fávaro Barbosa. Os dois vão substituir Bazileu Margarido e Gabriela Batista no posto.

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