PUBLICIDADE

Marina defende que Congresso decida destinos de Dilma e Cunha em convocação extraordinária

Para ex-senadora, dois temas devem ser tratados com 'igual celeridade' em janeiro

Por Daiene Cardoso e Ricardo Brito
Atualização:

A ex-senadora e ex-presidenciável Marina Silva (Rede) defendeu nesta sexta-feira, 4, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de ntícias em tempo real da Agência Estado, que haja uma convocação extraordinária do Congresso em janeiro a fim de decidir o futuro tanto da presidente Dilma Rousseff quanto do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-AL). O peemedebista - que é alvo de um pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar suspeito de mentir sobre a existência de contas no exterior supostamente abastecidas com dinheiro desviado da Petrobrás - admitiu na quarta-feira, 2, um pedido de impeachment contra Dilma.

Marina Silva, ex-ministra e ex-senadora Foto: Evelson de Freitas/ESTADAO

PUBLICIDADE

"Com certeza, nós advogamos o afastamento do presidente Cunha até porque os episódios que estamos vivendo demonstram que ele tem usado a sua função para evitar o processo contra ele próprio. O afastamento dele está em igual condição. A presença dele é um vetor da própria crise. Se estamos preocupados em achar um desfecho para a crise, as duas coisas têm de ser tratadas com igual celeridade", afirmou.

Para a ex-presidenciável, a continuidade das peladas fiscais em 2015 - um dos argumentos que justificaram a decisão de Cunha de admitir o pedido de impeachment contra a presidente - é grave e a Rede vai participar da Comissão Especial com total isenção para firmar sua convicção "sem acordo de bastidores". Ela negou que, ao advogar pela ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode cassar a chapa Dilma e o vice Michel Temer, esteja tratando o processo de impedimento do Congresso como uma questão de "menor importância".

Marina disse que o País está em estado de insolvência em relação às finanças públicas e citou como exemplo o fato de o governo ter aprovado na quarta-feira, 2, a revisão da meta fiscal no Congresso. A medida permite que o Executivo faça um déficit de até R$ 120 bilhões este ano. Ela defendeu uma ação rápida do Congresso na questão envolvendo Dilma e Cunha para evitar o agravamento das crises econômica, social e política.

"O País corre o risco de perder mais uma vez o grau de investimento por outra agência de classificação", disse. Segundo ela, como País está numa situação dramática, há uma possibilidade "muito grande" que isso ocorra, o que terá consequências danosas para o Brasil, que já está em recessão.

Para Marina, não se pode prolongar indefinidamente a crise. Ela defendeu que, apesar de toda urgência para a situação de emergência, é preciso que a sociedade possa se manifestar