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Marina critica governo por 'omissão' em relação a Cuba

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

A pré-candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva (AC), criticou na manhã de hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo brasileiro por "omissão e silêncio" em relação à repressão de Cuba aos adversários do regime. "A liberdade, os direitos humanos e a liberdade de expressão, temos que defender como um princípio, um valor", afirmou a senadora, que esteve no Rio de Janeiro para uma entrevista na rádio CBN."No caso de Cuba, essas liberdades estão senso cerceadas. Começam a criar constrangimento inclusive para aliados de Cuba. Aqueles que silenciam não estão ajudando a fazer com que Cuba possa avançar. Cuba não tem que ter medo da democracia, da liberdade, da liberdade de imprensa, que ajudam a refinar o país", disse. "Se tudo isso é importante para o Brasil e os brasileiros, por que não é também para os cubanos?", questionou Marina. A senadora também criticou a posição do Brasil em relação ao Irã, que recentemente anunciou ter capacidade para enriquecer o urânio a 80%, embora no momento não esteja interessado em chegar a esse nível, próximo do desenvolvimento da bomba atômica. "Existe um risco. O Brasil é o país ocidental que destoa dos demais. O princípio da ingerência não significa que não tenhamos postura cuidadosa em relação ao que todos começam a ver como um risco", disse Marina. A senadora lembrou também que, no Irã, "existem presos políticos, pessoas sendo torturadas".Aborto e drogasQuestionada sobre legalização do aborto, descriminalização das drogas e união estável de pessoas do mesmo sexo, Marina preferiu não expor posições fechadas. Ela defendeu plebiscitos para discutir aborto e drogas. "No lugar de um grupo contra e outro a favor, temos que promover o grande debate." Em relação à união homossexual, Marina, fiel da Assembleia de Deus, disse que tem uma posição pessoal "à luz da fé", mas que não influenciaria em nada a ação de governo. As igrejas em geral são contrárias à oficialização da união de pessoas do mesmo sexo. "Minha posição pessoal não se coloca relevante para o Estado, para políticas públicas. Minha posição pessoal é à luz da minha fé, não tenho como pensar diferente. Em relação a discriminar qualquer pessoa, o Estado não vai fazer isso de forma alguma."Na entrevista, Marina apontou avanços tanto nos governos do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quanto do PT, do presidente Lula, partido em que a senadora militou por mais de 30 anos. Ela pregou, no entanto, uma nova forma de aliança, em que os governantes não fiquem "reféns" dos aliados. "Por não conversarem, PT e PSDB, cada um ficou refém das maiorias. O presidente Fernando Henrique ficou refém do DEM (antigo PFL) e o Lula, refém do PMDB. O momento é de ter maturidade política", disse. Sem aliança formal com outros partidos em nível nacional, Marina afirmou que vai se aliar "com núcleos vivos da sociedade", como jovens, trabalhadores, cientistas. A senadora confirmou que, no Rio, o PV lançará o deputado Fernando Gabeira como candidato a governador em aliança com o PSDB, o DEM e o PPS. Gabeira fará campanha para a senadora e os demais partidos, para o governador de São Paulo e possível candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

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