Marina afirma esperar apoio de Serra

Em seu primeiro ato de campanha, candidata do PSB diz que, se for eleita, conta com ajuda de setores do PSDB e do PT para governar

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Por Isadora Peron e Ângela Lacerda
Atualização:
Nova chapa. Marina e Albuquerque durante caminhada no Recife, no primeiro evento de rua da dupla Foto: Percio Campos/EFE

RECIFE - Em seu primeiro dia de campanha de rua, no Recife, capital do Estado que foi governado por Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo, a nova candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou que, se eleita, irá governar com a ajuda de bons quadros de outros partidos, como o PT e o PSDB. Ela citou nominalmente o senador petista Eduardo Suplicy e o ex-governador tucano José Serra.

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“A nossa política de alianças vai ser respaldada pela sociedade brasileira. Eu sempre disse, desde 2010, que nós haveremos de ter maioria para governar com a ajuda dos homens e mulheres de bem do Congresso Nacional que existem em todos os partidos”, afirmou Marina. 

“O PT de (Eduardo) Suplicy não vai nos faltar. Eu até te digo mais: mesmo que estejamos em palanques diferentes, se não for o Suplicy e for o (José) Serra, eu tenho certeza que ele não vai nos faltar. Porque não é possível que as pessoas não aprendam que nós temos que nos libertar da velha República”, disse, citando os candidatos petista e tucano ao Senado. 

Marina foi contra a aliança do PSB com os tucanos em São Paulo. Mesmo tendo assumido a cabeça de chapa no lugar de Campos, ela se recusa a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). 

Campanha. Ao lado do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), indicado para a vice, Marina caminhou por cerca de 1h30 pelas ruas do bairro Casa Amarela, região pobre de Recife,com calçadas esburacadas e esgoto a céu aberto.

Na terra do ex-companheiro de chapa, Marina fez um discurso cheio de referências a ele. Além de citar bandeiras do ex-governador, como a educação em tempo integral, repetiu o mote usado por Campos quando ele visitava cidades nordestinas. “O Nordeste não é um problema para o Brasil, é a solução”, afirmou ela, do alto de um palanque montado no meio da rua.

O candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, também acompanhou Marina na caminhada. O grupo era apresentado por um carro de som que dizia que eles eram os candidatos de Campos. 

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Sob os gritos de “Eduardo presente, Marina presidente”, a nova candidata cumprimentou eleitores, bateu fotos e parou para conversar com moradores. 

Um boneco gigante de Marina foi empunhado durante o trajeto. Materiais de campanha em que ela aparece como vice de Campos, porém, continuavam sendo distribuídos. 

A candidata também fez críticas à presidente Dilma Rousseff. “Não adianta fazer um filme para dizer que está tudo azul, tudo cor de rosa, quando a inflação começa a corroer o salário dos brasileiros”, disse, em uma referência à propaganda de Dilma na TV, que exalta as conquistas do governo. 

Marina também foi questionada sobre a propriedade do jatinho que caiu em Santos no dia 13 matando Campos e outras seis pessoas. Mas quem respondeu foi o candidato a vice. Segundo ele, o PSB ainda está apurando quem é o dono da aeronave e afirmou que esse “não era um problema” de Campos.

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