18 de março de 2010 | 15h48
Segundo o procurador Cabral, quando ainda era procurador da Fazenda Nacional, Guedes recebeu propina e benesses do chamado "Valerioduto", que era operado por Marcos Valério e seus dois sócios com a finalidade de praticar atos em favor de bancos e instituições financeiras ligadas ao esquema do "Mensalão" junto ao Conselho de Recurso do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido como "Conselhinho", no qual o procurador da Fazenda tinha assento.
A acusação tem por base diversos processos administrativos instaurados pela Advocacia Geral da União (AGU) que culminaram com a demissão de Guedes - medida que ele tenta reverter com ações judiciais. Já na denúncia do Mensalão apresentada pelo então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, incluía Guedes na "rede própria de servidores corrompidos" que Marcos Valério mantinha para "facilitar suas atividades ilícitas".
Na época, ele não foi denunciado pela necessidade de se aprofundarem as investigações. No esquema montado, segundo o procurador Cabral, os bancos repassavam dinheiro ao esquema de Marcos Valério quando havia julgamento no Conselhinho que lhes interessava.
Esta semana, procurado pelo Estado, Glênio não foi encontrado. Seu pai, Ramon, além de não fornecer o telefone do filho, se recuou a comentar a denúncia, alegando que responde a muitas ações e precisa conhecer o teor desta nova. Já o advogado mineiro Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, resumiu a explicação que seu cliente e os sócios dele deram para acusações com relação ao procurador da Fazenda: "Eles negam estas acusações e dizem que houve apenas uma relação profissional entre o escritório de Rogério Tolentino e do advogado Ramon Guedes, não tendo ocorrido tráfico de influência. Em relação ao procurador Glênio, Valério o conhecia apenas de atividades hípicas", disse.
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