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Marcha de sem-terra chega a Jundiaí

Militantes percorreram 45 km em dois dias de caminhada em SP

Por Tatiana Favaro
Atualização:

Cerca de 1.200 militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e da Via Campesina chegaram ontem a Jundiaí, interior paulista, no segundo dia da Marcha Estadual de Campinas a São Paulo. Desde anteontem, os sem-terra percorreram 45 quilômetros a pé. Eles ficam em Jundiaí até o fim da tarde de hoje, quando seguem para Jordanésia, distrito de Cajamar. O objetivo é chamar a atenção das autoridades públicas para a necessidade de realização da reforma agrária. As entidades protestam ainda contra o aumento do desemprego resultante da crise econômica e a criminalização da luta social. Anteontem os manifestantes saíram de Campinas - onde foi feita a concentração de sem-terra de cerca de 40 municípios do interior paulista - e, no quilômetro 79 da via sul da Rodovia Anhanguera, em Vinhedo, perderam uma integrante do movimento, atropelada por um caminhão, no acostamento da estrada. A marcha, que agora leva o nome da agricultora, Maria Cícera Neves, de 58 anos, deve passar ainda por Osasco no domingo, até chegar a São Paulo, na segunda-feira. "Consideramos a morte da companheira Maria Cícera um grande desastre, mas foi um acidente e precisamos nos mobilizar", afirmou Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST. "Entendemos que precisamos nos mobilizar. A companheira que sofreu o acidente era uma lutadora, estava havia oito anos acampada, morando debaixo de lona e morreu sem ter a possibilidade de ter seu pedaço de terra. A marcha é um dos nossos instrumentos para mostrar a necessidade de distribuição de terra mais justa", disse Kelli. De acordo com o diretor estadual do MST, Paulo Albuquerque, cerca de cem crianças acompanham a marcha em ônibus. A expectativa é manter a mobilização até o dia 14.

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