Mão Santa: suspeita da PF contra assessor é 'estupidez'

PUBLICIDADE

Por Eugênia Lopes
Atualização:

O senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou hoje a Operação Castelo de Areia, que detectou, em conversa gravada pela Polícia Federal (PF), o emissário em Brasília da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Luiz Henrique Bezerra, sendo cobrado sobre um depósito por Doca Lustosa, assessor do parlamentar. Mão Santa reconheceu que seu assessor pediu dinheiro, mas considerou a ação natural em uma época de campanha. "É uma estupidez, uma falta do que fazer, uma imbecilidade", afirmou o senador. "Um assessor foi lá e pediu dinheiro. Tem tudo registrado. É só ver nas contas do diretório do PMDB. Quem quer vasculhar minha vida, que vasculhe. Minha vida é limpa, combati a ditadura. É tão ridículo isso", disse ele, ao observar que não cuida da parte financeira.Mão Santa não foi interceptado durante a operação. Luiz Henrique é filho de Valmir Campelo, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e, segundo a PF, seria elo entre a empreiteira Camargo Corrêa e suposto esquema de doações eleitorais "por fora". O peemedebista é o terceiro senador citado no inquérito aberto para investigar licitações fraudulentas, superfaturamento de obras públicas e lavagem de dinheiro, e que avançou para o plano eleitoral. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Agripino Maia (DEM-RN) foram os primeiros senadores mencionados como beneficiários de doações. Eles negaram envolvimento com irregularidades e apresentaram recibos para comprovar a legalidade das contribuições eleitorais. "É uma vergonha! A Polícia Federal vaza e põe em dúvida a retidão dos senadores, principalmente os de oposição. O que fica mais feio porque está mostrando parcialidade na intenção", argumentou Mão Santa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.