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Mantega rebate pressões por mínimo acima de R$ 540

Após críticas das centrais ao valor, ministro afirma que reajuste maior poderia deixar rombo nas contas da Previdência

Foto do author Adriana Fernandes
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Adriana Fernandes , Eduardo Rodrigues e BRASÍLIA
Atualização:

O governo montou um front de resistência contra a pressão por um aumento do salário mínimo superior à proposta de R$ 540, aprovada no Orçamento da União de 2011. Depois da presidente eleita, Dilma Rousseff, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira, 28, foi a vez de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertar que um reajuste maior pode provocar um rombo nas contas da Previdência Social.

 

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Embora tenha admitido que há "chances" de mudanças, Mantega frisou que, se depender dele, o novo mínimo será mesmo de R$ 540. O valor, disse, foi o acertado dentro do governo como o "melhor" para ajudar a manter os gastos sob controle.

 

As centrais sindicais reivindicam um reajuste para R$ 580 e prometem liderar uma campanha nacional em defesa desse valor e também pela correção em 10% das aposentadorias acima do mínimo. O presidente já deixou claro anteontem que vai deixar a decisão para Dilma.

 

O problema para o próximo governo é que, com a disparada dos gastos neste ano de eleições e a crescente perda de credibilidade da política fiscal brasileira – depois da adoção de uma série de manobras contábeis para o cumprimento da meta de superávit das contas públicas –, o reajuste do mínimo passou a ser considerado crucial para os analistas econômicos "medirem" o compromisso da presidente eleita e do próprio Mantega com a austeridade fiscal.

 

A manutenção do mínimo em R$ 540, mesmo diante da pressão das centrais sindicais, seria interpretada como uma indicação positiva de que o governo está comprometido com um ajuste fiscal em 2011. No dia em que foi confirmado no cargo, Mantega assegurou que o governo fará cortes nos gastos e adotará uma política de disciplina fiscal.

 

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, destacou que o valor é adequado e segue a política de correção adotada nos últimos anos. "Essa política tem sido vitoriosa e deve ser mantida." Apesar de estar previsto no Orçamento, o Congresso pode alterar o valor do piso salarial do País na discussão da Medida Provisória que definirá o reajuste.

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