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Mantega: fim da CPMF levaria a cortes em investimentos

Por FABIO GRANER E ADRIANA FERNANDES
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que a eliminação da CPMF levaria a cortes drásticos de investimentos do governo e de programas sociais. Segundo Mantega, o fim do tributo comprometeria o equilíbrio fiscal que é fundamental para reduzir a vulnerabilidade do País e manter a trajetória de redução dos juros. "O equilíbrio fiscal é importante, em especial em tempos de turbulência", disse Mantega, mencionando a crise no mercado internacional ocorrida nos últimos meses. O ministro rebateu a tese de que a alta da arrecadação permitira que o governo abrisse mão da CPMF. Segundo ele, do crescimento previsto nas receitas para o ano que vem da ordem de R$ 73,5 bilhões, apenas R$ 9,8 bilhões estão disponíveis para despesas não obrigatórias do governo. "O orçamento é muito vinculado. É um equívoco dizer que mesmo acabando com a CPMF, ainda sobraria dinheiro", afirmou. Ele destacou ainda que a trajetória de crescimento da arrecadação da CPMF foi acompanhada de um aumento dos gastos sociais com a saúde e o Bolsa-Família. O ministro disse ainda que o governo tem tido aumento de carga tributária nos últimos três anos, não por elevações de tributos, mais por conta do aumento do nível de atividade. Para o ministro, a CPMF não é um obstáculo para o crescimento econômico, tanto que o País está crescendo a uma taxa da ordem de 5%. "Não há correlação entre tributos e crescimento", afirmou Mantega que, apesar disso, defendeu desonerações, mas de forma planejada para estimular o crescimento. Mantega participa de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para discutir CPMF.

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