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Mantega diz que ficou difícil voltar atrás no mínimo de R$ 375

Porém , ministro da Fazenda sustenta que o correto é um salário mínimo de R$ 367

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu há pouco que ficou difícil para o governo recuar na proposta de aumento de salário mínimo em 2007 de R$ 375, previsto no projeto de Orçamento de 2007. O ministro, no entanto, disse que sua posição continua sendo de um reajuste que elevasse o mínimo para R$ 367. "Ficou difícil voltar atrás, mas eu sustento que o certo é R$ 367", disse. A redução do valor daria ao governo uma economia de R$ 1,3 bilhão nas despesas previdenciárias atreladas ao valor do mínimo. Segundo ele, o importante é manter a regra prevista na proposta orçamentária que vincula o aumento do salário mínimo à inflação do período e ao crescimento do PIB per capita. Mantega explicou que quando a proposta orçamentária foi elaborada em agosto havia uma projeção maior de inflação e de crescimento do PIB para este ano. "Defendo aumento real, mas abaixo do crescimento do PIB para tirar a pressão das despesas da Previdência. Tudo isso para que sobre mais recursos para investimento", afirmou o ministro. "Nós precisamos aumentar a taxa de investimento no País. Isso é bom para todo mundo, inclusive para os trabalhadores porque vai representar mais emprego. Então a melhor forma de fazer justiça social é aumentar o emprego, ter programas sociais e aumento do salário mínimo", declarou. Revisão do valor O governo pediu a revisão do valor ao relator do Orçamento da União no Congresso, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), devido à redução das estimativas de inflação e crescimento da economia neste ano, que servem de parâmetro para a correção do valor que vai vigorar a partir abril de 2007. Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário mínimo deve ser reajustado pela variação da inflação (INPC) e pelo crescimento do PIB per capita, o que, nas projeções atuais, redundaria em um reajuste de apenas 5% e não os 7,12% inicialmente previstos. Em agosto, quando a proposta orçamentária foi enviada ao Congresso, a previsão de expansão da economia era de 4,5%. Agora, a estimativa do governo é de apenas 3,2% para este ano. Embora o ministro da Fazenda defenda o cumprimento da fórmula prevista na LDO, ainda não há consenso no governo sobre o valor. A definição do salário mínimo passa por uma discussão mais ampla envolvendo medidas do pacote de ajuste fiscal e tributário que inclui a redução de impostos para incentivar o crescimento econômico. O governo pediu a Valdir Raupp que espere o anúncio do pacote para fechar o seu relatório. As centrais sindicais promovem nesta terça-feira em Brasília a Terceira Marcha pelo Salário Mínimo e devem ser recebidas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, nesta quinta-feira. Os sindicalistas defendem um mínimo de R$ 420,00 para 2007. Para Mantega, um salário mínimo de R$ 367 já representa "um aumento considerável". "Acho que é o correto, o adequado, tendo em vista que nos outros anos já houve aumento considerável. O poder aquisitivo está aumentando e para a faixa de renda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional, o que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores do salário mínimo", argumentou o ministro. Ele acredita que a política permanente de recuperação do salário mínimo em discussão no governo deve incluir um aumento real anual, mas abaixo do crescimento da economia. Este texto foi alterado às 21h41 para acréscimo de informação

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