Mantega anuncia redução na alíquota do IR na próxima semana

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Por Redação
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira que na próxima semana o governo apresentará proposta de mudanças no Imposto de Renda da Pessoa Física que irá reduzir o que é pago por boa parte da população. "Estamos estudando alguma mudança na alíquota do Imposto de Renda e isso certamente vai beneficiar parte da população que vai pagar menos", disse Mantega, sem dar maiores detalhes. O governo promoveu alterações no imposto de renda da pessoa física pela última vez há pouco mais de um ano, quando Medida Provisória determinou que a tabela do tributo seria corrigida em 4,5 por cento ao ano de 2007 a 2010. Em 2007, a alteração --que aumenta o contingente de trabalhadores isentos do imposto-- acarretou uma desoneração de 1,25 bilhão de reais, segundo projeção divulgada à época. Ao deixar encontro com empresários para tratar da reforma tributária, Mantega disse, ainda, que o governo vai insistir na desoneração da folha e considerou expressivos os 8,5 pontos percentuais de redução sugeridos. O valor refere-se à redução de 6 pontos na contribuição patronal ao INSS e à desoneração da alíquota de 2,5 por cento destinada ao salário educação. "O alívio seria de 8,5 por cento, bastante expressivo", disse Mantega. "Vamos tentar viabilizar isso de maneira que não prejudique a Previdência no futuro. Vamos tentar mudar a base de financiamento da questão previdenciária." O cuidado de Mantega se deve à preocupação das centrais sindicais, que viram na redução da contribuição patronal ao INSS uma ameaça ao futuro da Previdência. Segundo Mantega, o empresariado elogiou a proposta de reforma tributária do governo, o que espera que seja traduzido em apoio para acelerar a tramitação no Congresso. "É claro que alguns empresários pediram para antecipar desonerações, outros pediram mais fusões de tributos. Vamos primeiro dar alguns passos, se houver condições, poderemos até antecipar desonerações para períodos mais próximos. Isso poderá ser discutido no Congresso, não excluo mudanças para melhor", afirmou. EMPRESÁRIOS APROVAM O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avalizou a proposta e disse que o empresariado estará a postos no Congresso para ajudar "em todos os sentidos". "Apesar de estarmos em ano de eleições municipais, nós vamos trabalhar para a aprovação de uma reforma tributária que venha facilitar, simplificar, agilizar e acabar com a guerra fiscal. E o mais importante, vamos desonerar." O empresário Jorge Gerdau, do grupo Gerdau, também considerou a reforma positiva. "Pode haver benefícios para os empresários e para o consumidor final. A desoneração da folha vai ter reflexo no custo, em benefício do consumidor", avaliou. O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, disse que o empresariado está confiante no avanço da proposta, mas fez algumas ressalvas. "O que ficou aquém é a simplificação do ISS, que devia se fundir ao ICMS. Notamos também a ausência de qualquer sinal de desoneração no que diz respeito à intermediação financeira e forte tributação sobre o crédito", disse Monteiro. (Texto de Mair Pena Neto; Edição de Isabel Versiani)

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