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Mantega acena com superávit de 3,3%

Com retórica ‘fiscalista’, ministro, que permanece na Fazenda no governo Dilma, invoca meta já abandonada por Lula

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Por Fabio Graner
Atualização:

BRASÍLIA - Ao querer mostrar compromisso com a austeridade fiscal em seu primeiro discurso como ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega curiosamente disse que vai cumprir uma meta de superávit primário que o governo formalmente já abandonou: 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

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Na última sexta-feira, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei retirando a Eletrobrás do esforço fiscal do setor público, o que reduz a economia do governo em 0,2 ponto porcentual do PIB. Além disso, com os novos parâmetros econômicos previstos pelo ministério do Planejamento, o superávit primário, que está definido em valor nominal, será 0,1 ponto porcentual menor em relação ao tamanho da economia. Ou seja, formalmente, a meta do governo é de 3% e não de 3,3% do PIB como disse Mantega. O que não ficou claro é se o ministro apenas escorregou com os números ou se de alguma forma quis indicar que o Tesouro Nacional no governo Dilma compensará esses afrouxamentos já anunciados.

 

Independentemente da discussão de números, Mantega mostrou o rumo que o governo pretende dar à política fiscal: 2011 não será ano para aumento de gastos e sim de aumento da poupança pública. Pelo menos na retórica, o governo pretende usar a política fiscal para equilibrar o ritmo da demanda na economia à capacidade de se ofertar bens e serviços, de forma a dar espaço para se reduzir os juros no longo prazo.

 

O discurso mais "fiscalista" de Mantega fica ainda mais relevante à luz das declarações da futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, de que o governo fará uma revisão dos contratos mais importantes de custeio.

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