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Manifestantes pedem intervenção militar com base em regra que não existe na Constituição

Grupo irritou organizadores de ato contra a presidente Dilma em Brasília, que reuniu menos pessoas do que no dia 15 de março

Por Isadora Peron e Nivaldo Souza
Atualização:

Brasília - A presença de um grupo de manifestantes defendendo uma "intervenção militar constitucional" irritou organizadores do protesto contra a presidente Dilma Rousseff, realizado neste domingo, 12, na capital federal. Os intervencionistas se revezaram no alto-falante de um carro de som afirmando que o artigo 142 da Constituição de 1988 permitia a ação militar.

O artigo 142, contudo, define que as Forças Armadas deverão ser formadas por Marinha, Exército e Aeronáutica "sob a autoridade suprema do Presidente da República" e que o papel constitucional é a "defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais". O restante do artigo trata de temas administrativos das Forças Armadas e das regras que os militares devem obedecer - entre elas a proibição à filiação partidária enquanto estiverem na ativa.

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O integrante do movimento Diferença, Luciano Vilela, um dos sete organizadores do evento em Brasília, disse que as "viúvas da ditadura" não foram convidadas por eles. Ele defendeu que ato não era em apoio à intervenção militar e, sim, pelo impeachment de Dilma sem ação das Forças Armadas.

Os defensores da intervenção militar ficaram isolados durante toda a manifestação de cerca de três horas. Eles foram vaiados pelos demais manifestantes, mas conseguiram participar da manifestação com um carro de som próprio.

Entre os defensores da intervenção estava a servidora pública Ana Paula Fernandes chamou a atenção ao se fantasiar de Dilma e usar uma algemas nas mãos. Ao contrário da presidente, que combateu a ditadura, a sósia de Dilma defende a intervenção militar. Segundo ela, as "pessoas de bem" eram a favor do regime militar. "Só bandidos e comunistas não gostavam".

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