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Manifestações isoladas marcam último dia de Bush no País

Os protestos foram calmos, bem diferente do confronto na Paulista na última quinta

Por Agencia Estado
Atualização:

No último dia de sua visita ao Brasil, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, foi alvo de mais manifestações em São Paulo. Porém, nada comparado aos confrontos que tomaram conta da Avenida Paulista na última quinta-feira, 8. Apesar do esquema de segurança montado pela Polícia e pelo Exército, Bush não escapou de vaias e protestos. A União Nacional dos Estudantes (UNE) cumpriu a promessa de tentar se aproximar da comitiva de Bush, mas teve pouco sucesso. Enviou quatro ônibus à sede da Transpetro nesta manhã, mas apenas dois chegaram antes da formação de um bloqueio nas proximidades da subsidiária da Petrobras e a manifestação fracassou. O que era para ser o primeiro protesto do dia virou uma tímida manifestação de nove sindicalistas que portavam cartazes de "Fora, Bush!". O local era o de mais fácil acesso em toda a agenda. Jornalistas e os sindicalistas não foram revistados nem sequer abordados pelo batalhão de policiais e soldados. Moradores do bairro assistiram à passagem do comboio a menos de dois metros. Outro grupo de estudantes, com cerca de 100 integrantes, ficou na frente do Hotel Hilton, onde Bush se hospedou. Junto com militantes do PSTU, queimaram um boneco do presidente e gritaram "Fora, Bush!". Impedidos pela PM de se aproximar de alguns carros da comitiva que utilizaram o acesso da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, gritaram "abaixo a repressão". Os estudantes fizeram também piquenique em uma lanchonete McDonald?s, onde comeram bananas. A fruta foi escolhida como símbolo do protesto por ser tipicamente brasileira e para demonstrar a capacidade do País de valorizar seus próprios recursos. Irritação Os movimentos sociais não apareceram na visita de Bush à ONG Meninos do Morumbi, último compromisso na cidade. A UNE disse que a manifestação no local ficaria a cargo do Movimento dos Sem-Terra (MST) que, por sua vez, afirmou que estudantes tinham se comprometido a organizar o ato. As manifestações ficaram por conta de moradores indignados com o bloqueio de mais de dez quarteirões. Quatro adolescentes usaram narizes de palhaço e mostraram à comitiva um cartaz com a pergunta "por que você está aqui?". Duas moradoras improvisaram uma faixa pedindo a assinatura do Protocolo de Kyoto. Moradores da região ficaram cerca de duas horas sem poder atravessar barreiras montadas em cruzamentos. Bush foi embora sob vaias, principalmente depois de ter acenado da limusine.

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