Mangabeira defende ''representação ampla''

Por João Domingos e Brasília
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O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, afirma que sua missão na área da política externa é cuidar da estratégia de defesa tanto do ponto de vista das relações bilaterais quanto do ponto de vista interno. Por isso é que tem viajado para vários países. "É preciso uma representação mais ampla nos organismos internacionais de defesa, principalmente por parte dos países emergentes." Ao mesmo tempo, ele tem feito estudos sobre a agricultura familiar dos países em desenvolvimento. Considera que a Índia e a China têm e terão problemas de produção de alimentos porque, ao contrário do Brasil, nunca construíram uma agricultura familiar forte. "No México, a agricultura familiar foi destroçada por causa do acordo do Nafta." Como no Brasil o setor é forte, ele acha que esse tipo de agricultura é estratégica para o desenvolvimento do País. "Temos de trabalhar para transformá-la numa vibrante classe média." Por causa dessas características em relação aos outros países, Mangabeira trabalha para fazer do Brasil o líder da produção de alimentos no mundo. "O Brasil não deve se satisfazer apenas com as parcerias das pesquisas no setor agrícola e de pecuária, o que já lhe dá um grande destaque no mundo. Deve liderar." Como coordena também o Plano Amazônia Sustentável (PAS), Mangabeira quer manter contatos com os países amazônicos que fazem fronteira com o Brasil. Independentemente do Itamaraty, pretende tratar da segurança na fronteira, do regime de propriedade intelectual dos produtos amazônicos e dos biocombustíveis. Em dezembro, o ministro encontrou-se com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. "Eles não conseguiram fechar um acordo comercial com os EUA. É a nossa vez." Procurado, Marco Aurélio Garcia não quis falar sobre sua atuação no campo diplomático.

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