Maluf será interrogado em outubro sobre precatórios

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex- prefeito Paulo Maluf (PPB) foi intimado para ser interrogado no dia 11 de outubro no processo criminal aberto pela 8ª Vara Federal em São Paulo, para apurar denúncia de suposto desvio de US$ 600 milhões arrecadados por meio da emissão de Letras Financeiras do Tesouro Municipal nos anos de 1994 e 1995. A audiência foi marcada pela juíza Adriana Pillegi de Soveral, que conduz a ação penal. Para evitar eventual condução coercitiva, Maluf se declarou citado por meio de documento em que atesta à Justiça Federal, estar "ciente da data" e do teor da acusação promovida pelo Ministério Público Federal. O criminalista José Roberto Leal de Carvalho, defensor de Maluf, entregou o documento assinado pelo ex-prefeito na 8ª Vara Federal. A juíza determinou o recolhimento do mandado de citação. Além de Maluf, são acusados no processo o ex-prefeito Celso Pitta (PTN) e o ex-coordenador da Dívida Pública do Município, Wagner Ramos. Pitta e Ramos já foram interrogados sobre o desvio de verba destinada ao pagamento de precatórios judiciais. Inicialmente, o interrogatório de Maluf estava marcado para o dia 7 de agosto. Nesta data, porém, o pepebista estava no meio de sua viagem de 39 dias que fez à Europa. Segundo a Procuradoria da República, Maluf falsificou documentos públicos para informar erradamente ao Senado e o Banco Central sobre o efetivo montante referente ao passivo da Prefeitura no setor de precatórios. Deverá ser juntada ao processo criminal da 8ª Vara Federal a documentação relativa ao Caso Jersey - que aponta a existência de aplicações financeiras em nome de Maluf e de familiares dele em instituição financeira no paraíso fiscal do Canal da Mancha. A juíza Adriana Soveral pediu conflito de competência perante o Superior Tribunal de Justiça. Ela considera que a Justiça Federal tem atribuição exclusiva para acompanhar as apurações sobre o caso Jersey porque estaria caracterizada evasão de divisas. O ex-prefeito nega manter ativos "em Jersey ou em qualquer outro paraíso fiscal do planeta".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.