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Maluf dá toque de humor a debate na Bandeirantes

Por CAROLINA FREITAS E CAROLINA RUHMAN
Atualização:

A platéia de cerca de 200 pessoas que assistiu ao debate dos candidatos a prefeito na sede da TV Bandeirantes, em São Paulo, se divertiu na noite de ontem com o candidato do PP Paulo Maluf. Ele foi o único que conseguiu também arrancar aplausos, vindos de um grupo de fiéis malufistas. Já a candidata do PT, Marta Suplicy, ganhou, na saída do estúdio, gritos de "melhor prefeita". Entre os candidatos, sentados em uma grande bancada, caras e bocas marcaram as posições contrárias de cada um durante o debate. Marta foi a que mais à vista deixou suas impressões. Enquanto o atual prefeito e candidato do DEM, Gilberto Kassab, discursava sobre os feitos de sua gestão, Marta tirava os óculos, coçava a cabeça com a ponta do dedo e olhava para o alto, com ar de indiferença. Maluf, por sua vez, fez todos rirem - até adversários - ao dizer que São Paulo escolheria entre eleger um anestesista (Geraldo Alckmin, do PSDB), uma psicóloga (Marta Suplicy, do PT) ou um engenheiro (Maluf). Conseguiu arrancar uma gargalhada do próprio Alckmin, que ficara impassível durante quase todo o debate. Já a petista Marta se divertiu mesmo quando Maluf perguntou ao candidato do PSOL, Ivan Valente, sua opinião sobre a atuação do governo federal do PT de "defender banqueiros e atravessadores". Valente lembrou a Maluf que o PP está na base do governo que ele acabara de criticar. E Marta caiu na risada, olhando com ar zombeteiro para Maluf. Saída Após o debate, na saída do estúdio, Alckmin disse ter aprovado a iniciativa da Rede Bandeirantes. "Gostei do debate porque você tem um tempo mais longo para poder, através da televisão, discutir os problemas de São Paulo", afirmou, reconhecendo, entretanto, que com oito candidatos a discussão "fica mais difícil". Questionado sobre possíveis alinhamentos entre os candidatos ao longo da campanha, Alckmin avaliou que ainda é "muito cedo". "O primeiro turno está começando ainda, cada coisa vem a seu tempo", afirmou, aproveitando para brincar: "Há dois ansiosos na vida. Os políticos e as jornalistas." Marta considerou que Alckmin lhe deu uma oportunidade de se explicar durante o debate sobre como ficaram as contas da Prefeitura depois de sua gestão (2000-2004). "Foi muito bom Alckmin ter me dado a oportunidade de esclarecer uma acusação pérfida e política, que não procede", afirmou ao fim do encontro. "Tive minhas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas e pela Câmara." Segundo a candidata, ela deixou ao seu sucessor "R$ 91 milhões de superávit e R$ 348 milhões no banco". Marta disse ainda que considerou o debate "bom" e com muitas propostas. "Para mim, o mais importante foi pedir o voto de confiança do eleitor para que eu possa ser prefeita de novo. Me sinto fortalecida." Já o prefeito Gilberto Kassab disse ter saído do encontro "muito confiante". "É uma oportunidade para apresentar avanços e propostas. E que venha outro debate", afirmou, ao deixar os estúdios da emissora. Foi o primeiro debate na televisão de que Kassab participa em sua vida pública. Questionado sobre as críticas de que foi alvo durante o debate - sobre as condições da educação, saúde e transportes na atual gestão -, o candidato disse não se sentir atacado. "Existem os que concordam e os que discordam (de mim)", resumiu. "Os que discordam estão se apresentando como candidatos." Maluf, embora apareça em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, disse não se sentir em situação desconfortável neste início de campanha. "Minha situação é muito cômoda, fui o mais realizador prefeito desta cidade", disse, aproveitando para citar as obras que fez em São Paulo. "A campanha ainda não começou", alegou.

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