PUBLICIDADE

Mal no Ibope, Kassab ataca Marta na TV

Petista diz que não revidará e usa depoimento de Lula; em nome da ?história do PSDB?, Serra declara apoio a Alckmin

Por Daniel Bramatti , , Silvia Amorim e Ricardo Brandt
Atualização:

Com apenas 8% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Ibope encomendada pelo Estado e pela TV Globo, Gilberto Kassab (DEM) abriu sua participação no horário eleitoral gratuito com ataques a Marta Suplicy, que lidera a corrida pela Prefeitura de São Paulo, com 41%. A candidata do PT se apresentou ao lado de seu principal cabo eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Kassab e o tucano Geraldo Alckmin duelaram para cativar os simpatizantes do governador José Serra (PSDB). Alckmin exibiu um depoimento gravado no qual Serra declara seu apoio a ele, em nome da trajetória partidária de ambos. "São exatamente a história do PSDB, o espírito do nosso partido e a qualidade de seu candidato que me levam a apoiá-lo nesta eleição", disse o governador, que ainda não participou de eventos da campanha tucana. Já Kassab se mostrou com Serra em vários momentos dos programas eleitorais da tarde e da noite - este último narrado em tom coloquial, no qual o locutor diz "deixa o cara aí, o cara tá fazendo direito" ao defender a reeleição. O texto lembrou que o candidato do DEM foi vice do tucano de 2005 a 2006 e que "seguiu firme" na prefeitura quando ele se candidatou a governador. O programa do PSDB não apresentou declarações de Alckmin à tarde - o partido só mostrou imagens de campanha e anunciou que sua "estréia" seria à noite. Após o suspense, o programa noturno foi usado para que o tucano falasse de sua biografia, da mulher, dos filhos e da neta. Alckmin foi apresentado como "um homem correto" e "de grande coração". PROMESSAS Marta, que governou a cidade de 2001 a 2004, apresentou-se como "uma das melhores prefeitas que São Paulo já teve". Disse estar "mais madura e mais preparada" e fez 13 promessas, entre elas a construção de 47 quilômetros de metrô, 228 quilômetros de corredores de ônibus, 3 hospitais e 20 Centros Educacionais Unificados (CEUs) - unidades de ensino que, além de salas de aula, concentram creches, teatros, piscinas e quadras esportivas. Tudo isso com redução de impostos - tentativa de reconquistar a classe média e de se livrar do apelido "Martaxa", criado pela oposição, a petista vem afirmando que dará um alívio tributário aos cidadãos. Para os mais pobres, Marta acenou com projetos sociais e promessas de dar prioridade a eles. "Esta cidade nasceu pobre e ficou rica. Esta mulher nasceu rica e escolheu dedicar a vida aos mais pobres", disse o locutor do programa. Lula, abraçado à ex-prefeita, disse que a volta dela seria "a melhor coisa" para São Paulo. "Marta fez um excelente governo, foi excelente ministra (do Turismo) e está ainda mais preparada", afirmou. O programa de Kassab, à tarde, atacou Marta nominalmente três vezes - ao acusá-la de deixar "obras paradas e caos na saúde" quando foi prefeita; de não ter investido "um centavo" no metrô; e de não ter acabado com as chamadas "escolas de lata" ao concluir a gestão. À noite, a criação da taxa do lixo se somou à lista. Na tarde de ontem, Marta disse que não vai revidar ataques de adversários. "Se quiserem atacar, vão atacar. Mas acho que só perdem." Kassab, por sua vez, disse que não houve ataque, mas comparação. Na TV, além de mostrar suas realizações, o prefeito buscou desassociar Marta de dois programas criados por ela: CEUs e Bilhete Único - sistema que permite o uso de mais de um ônibus com o pagamento de uma única viagem. Kassab disse ter feito 25 CEUs e explorou o fato de ter aumentado a validade do Bilhete Único de duas para três horas, além de ter integrado o sistema a trens e ao metrô. Paulo Maluf (PP), prefeito de São Paulo de 1993 a 1996, disse ter feito mais obras na cidade que seus sucessores somados, apesar de contar com um orçamento menor. O programa de Soninha Francine (PPS) dispensou trucagens eletrônicas e limitou-se a exibir um discurso da candidata, no qual ela diz que os adversários só falam das próprias obras e responsabilizam os outros por problemas. "Quem foi que disse que só tem um jeito de fazer política?" Referindo-se ao início do horário eleitoral, Alckmin disse ontem, ao pedir votos na zona sul da capital, que a campanha "vai esquentar". Afirmou ainda que não se abala com pesquisas - ele caiu de 31% para 26% em um mês, segundo o Ibope.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.