Mais um deputado é indiciado pela PF na Operação Taturana

Ação da PF descobriu esquema de desvio de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas

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Por Redação
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O deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) prestou depoimento nesta sexta-feira, 25, à tarde na Polícia Federal e foi indiciado no inquérito da Operação Taturana, que apura o desvio de R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa de Alagoas. Com isso, sobe para quatorze o número parlamentares estaduais indiciados no golpe que deixou o legislativo alagoano sem comando. Dos dez integrantes da Mesa Diretora da Casa, seis estão afastados por decisão judicial, acusados de corrupção, e quatro renunciaram os cargos. Há mais de uma semana que a Assembléia não realiza sessões e vários projetos de lei, de autoria do governo do Estado, estão parados, não foram sequer lidos em pelnário, por falta de quórum.   Segundo o delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito da Operação Taturana, Marcos Barbosa - que responde na Justiça por um crime de homicídio - foi indiciado pelos mesmos crimes que indiciaram o também deputado Paulo Fernando dos Santos - o Paulão (PT): formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Ao deixar a sede da PF, acompanhado de advogados, Barbosa disse que falou a verdade, se dispôs a colaborar com a PF e assumiu que tomou um empréstimo de R$ 105 mil, com o aval da Assembléia Legislativa.   Dos 27 atuais deputados estaduais de Alagoas, quatorze já foram indiciados na Operação Taturana, deflagrada em dezembro de 2007. Entre os indiciados estão o presidente afastado, Antônio Albuquerque (expulso recentemente do DEM) e o ex-presidente Celso Luiz Brandão (PMN), que comandou o legislativo até 2006 e foi candidato a vice-governador na chapa do ex-deputado federal João Lyra (PTB). Outro aliado de Lyra, o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), também está entre os indiciados, acusado ter contraído empréstimo bancário de R$ 120 mil, em 2003, usando como comprovação de renda a verba de gabinete e o aval do legislativo alagoano.   Almeida disse que pegou o empréstimo, atendendo ao pedido do então presidente da Casa, Celso Luiz, mas o dinheiro teria sido repassado ao deputado federal Francisco Tenório (PMN) para montar uma fábrica de beneficiamento de leite, no interior de Alagoas. Na época, Almeida e Tenório eram deputados estaduais. Em entrevista à imprensa, Celso Luiz desmentiu Almeida e disse que não mandou ninguém pegar dinheiro emprestado. O deputado Francisco Tenório tem evitado a imprensa e até agora não se pronunciou sobre o assunto.   Sindicalista indiciado   O ex-presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo de Alagoas, Haroldo Loureiro, também prestou depoimento à PF nesta sexta-feira. Ele também é acusado de ter se beneficiado de empréstimos irregulares contraídos em instituições financeiras, com o aval da Mesa Diretora da Assembléia. Segundo o delegado que preside o inquérito, todos que participaram da "farra com o dinheiro público" serão indiciados, independentemente do volume de dinheiro sábado. "Portanto, com o sindicalista não será diferente", garantiu. Na segunda-feira, 28, irão prestar depoimento o radialista e ex-deputado estadual Alves Correia e o suplente de deputado estadual Fernando Gaia (PSDB). Na terça-feira, 29, será a vez dos depoimentos do deputado João Beltrão (PMN) e do ex-deputado Gervásio Raimundo, pai do deputado estadual Marcelo Victor (PTB). No dia 30, prestarão depoimento o ex-deputado Adalberto Cavalcante, irmão do deputado Carlos Cavalcante (PTdoB), e o ex-deputado Junior Leão (PMN).   A ex-deputada Maria José Viana (PSB), acusada de ter contraído empréstimo no valor de R$ 300 mil, presta depoimento no dia 5 de maio. A ex-parlamentar era da base aliada do então governador Ronaldo Lessa (PDT). Além dela, irá depor no mesmo dia o ex-deputado cabo Luiz Pedro, que se encontra preso na Academia de Polícia Militar, acusado de ser o autor intelectual de um homicídio. No dia 6 de maio, estão agendados os depoimentos da ex-deputada estadual Fátima Cordeiro e do ex-deputado estadual Timóteo Correia.

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