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Mais de 500 indígenas bloqueiam a rodovia Belém-Brasília

Eles protestam contra construção da Hidrelétrica de Estreito em terras indígenas. Consórcio nega que água do reservatório irá atingir aldeias ou causará vazão de rios

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 500 indígenas bloquearam a rodovia Belém-Brasília próximo à cidade de Estreito, na divisa entre os Estados do Maranhão e do Tocantins, nesta segunda-feira, 16. Eles protestam contra a construção da Hidrelétrica de Estreito e outros empreendimentos que afetem terras indígenas na região. O ato faz parte das mobilizações do Abril Indígena. O Consórcio de Empresas (formado pelas empresas Vale do Rio Doce, Tractebel, Camargo Corrêa e Alcoa) que constrói a usina hidrelétrica de Estreito, e que terá 1.087 megavates de potência, informou nesta segunda-feira que as águas do seu futuro reservatório não vai atingir as aldeias indígenas e que está negociando alguns pontos com os índios. Nesta manhã, os manifestantes, segundo informe do Consórcio, tentaram ocupar o canteiro de obras da Usina. Diz ainda a nota do Consórcio que a manifestação, que contou com a participação de movimentos sociais, fechou a passagem pela Ponte Juscelino Kubitschek, entre Estreito/MA e Aguiarnópolis/TO e interditou o tráfego pela BR-010 (Belém-Brasília). Nos dias 10 e 11 de abril, foram realizadas reuniões com os indígenas das etnias kraô, apinajé, krikati para apresentação dos resultados dos estudos etnoecológicos realizados nas terras indígenas. O documento, elaborado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), indicado pelas comunidades indígenas, ratifica que o eixo e o reservatório da hidrelétrica estão distantes das aldeias. Com isso, a implantação do projeto não resultará em supressão de terra indígena nem alteração da vazão dos rios que cortam as propriedades indígenas. A Usina Hidrelétrica Estreito está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, e teve sua licença ambiental de instalação emitida pelo IBAMA em dezembro de 2006. Este texto foi ampliado às 17h59.

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