Mais cinco fazendas são invadidas em Pernambuco

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Por Agencia Estado
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Pernambuco viveu mais um fim de semana marcado por ocupações de terra. Recordista nacional de propriedades invadidas durante o mês de abril - quando foi realizada a jornada de ocupações pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), com a invasão de cerca de 30 áreas - o Estado foi palco de novas cinco invasões, realizadas em três municípios localizados no Agreste pernambucano. Cerca de 500 famílias ligadas a Organização de Luta no Campo (OLC), uma dissidência da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Pernambuco (Fetape), ocuparam, entre a madrugada do sábado e a manhã do domingo, cinco fazendas nas cidades de Panelas, Cupira e Caruaru. Em Panelas, as fazendas Riacho de Mel e Mocó foram invadidas, respectivamente, por 120 e 90 famílias. Em Cupira, outras 90 famílias ocuparam a área conhecida como fazenda Major Rastro. Em Caruaru, 200 famílias montaram acampamento nas fazendas Lagoa Velha e Baraúna. De acordo com informações da coordenação da OLC, não houve conflito em nenhuma das áreas. Oficiais do Batalhão de Polícia Militar responsável pela segurança da região confirmaram o registro das invasões, mas negaram qualquer possibilidade de intervenção. "Enviamos viaturas para todas as localidades, fizemos os registros, mas não podemos fazer nada mais que isso. Qualquer ação de retirada, só com a autorização da Justiça", assegurou o capitão Hélio Lima, da Polícia Militar de Pernambuco. Segundo o coordenador estadual da OLC, João Santos, a intenção do movimento é apressar as vistorias de terra no Estado. "O Incra infelizmente só tem agido sob pressão. Já esperamos o que podíamos esperar. Agora não dá mais", revelou Santos que prevê uma onda de ocupações ao longo do mês de maio. "Até 31 de maio vamos acampar mais de quatro mil famílias em dezenas de áreas que já foram mapeadas pelo movimento", comentou o coordenador da OLC. Os proprietários das áreas ocupadas não foram identificados. De acordo com a assessoria de Imprensa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, o superintendente estadual do órgão, João Farias, somente falará sobre as ocupações após a realização de uma reunião com os representantes da OLC. O encontro deve acontecer até o final da semana.

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