Maioria dos trabalhadores recebe até 2 mínimos, diz IBGE

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Por Agencia Estado
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Quase um quarto dos trabalhadores que estavam empregados em agosto de 2000 ganhava até um salário mínimo. Pouco mais da metade (51,9%) recebia até dois salários mínimos mensais. Contando todas as pessoas que tinham renda (além de salários, aposentadorias, pensões e outras fontes), os que recebiam até um salário mínimo mensal chegavam à proporção de 30,6%. Por outro lado, entre os empregados, era de apenas 2,6% o índice dos que recebiam mais de 20 salários mínimos. "Também em relação aos salários das pessoas ocupadas percebem-se as grandes diferenças entre as regiões", observou a responsável pelos dados de emprego e rendimento do Censo 2000, Vandeli Guerra. Ela citou o exemplo do Nordeste, onde a pesquisa mostrou que 46,2% dos empregados recebia até um salário mínimo, enquanto apenas 1,4% ultrapassava os 20 salários mínimos mensais. Já no Sudeste, 15,9% tinham salário de até um salário mínimo e 3,3% chegavam a mais de 20. O País chegou ao fim da década de 90 com índice de atividade de 56,4%. Esse era o porcentual de pessoas com 10 anos ou mais de idade que estavam no mercado de trabalho, já empregadas ou procurando ocupação. Um contingente, segundo o IBGE, de 76,1 milhão de brasileiros, sendo 45,6 milhões de homens e 30,5 milhões de mulheres. Trabalho infantil O censo registrou a existência de 64 milhões de trabalhadores ocupados, de um total de 76,1 milhões de pessoas economicamente ativas - ou seja, que têm 10 anos ou mais de idade e estão no mercado de trabalho, já trabalhando ou procurando emprego. Havia, portanto, 12,1 milhões de homens e mulheres em busca de emprego. Um contingente que equivale à soma da população do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. Outro dado revelado pelo Censo 2000 na pesquisa sobre trabalho foi o alto índice de trabalho infantil. Os questionários registraram a existência de 1.049.939 crianças entre 10 e 14 anos que trabalhavam. Desse total de meninos e meninas ocupados, 416.375 (39%) trabalham entre 15 e 29 horas semanais. Os questionários registram 95.540 (9%) crianças trabalhando 49 horas ou mais horas por semana. Entre os empregados em agosto de 2000, 55,2% tinham carteira de trabalho assinada e 36,3% trabalhavam sem vínculo formal com o empregador. Havia ainda 8,6% de militares e funcionários públicos estatutários. O porcentual de trabalhadores sem carteira assinada chega a 48,4% no Nordeste, região com maior índice. O menor percentual foi registrado no Sul, com 28,4% de trabalhadores ocupados sem carteira assinada. A maior parte dos trabalhadores brasileiros (25%), mostra o Censo 2000, tem entre 4 e 7 anos de estudo. Em segundo lugar estão os que tem entre 11 e 14 anos de estudo e representam 22,3% do total de ocupados no País. Os que têm mais de 15 anos de estudos são apenas 7,3% do total de trabalhadores empregados em 2000. Em 17 atividades relacionadas pelo IBGE para as pessoas ocupadas, 17,3% trabalham em comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos. Logo em seguida, com 17%, estão os trabalhadores em agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal. Na indústria de transformação, estão 14,1% dos ocupados. São empregados domésticos 8,3% dos ocupados. Entre os ocupados, a maior parte trabalha de 40 a 44 horas semanais. Mais uma vez, a diferença entre homens e mulheres é marcante. Enquanto apenas 5,8% dos empregados homens tem carga horária de 15 a 29 horas semanais, entre as mulheres o índice é de 15%. A carga horária maior, de 49 horas ou mais por semana, atinge 30,8% dos homens e apenas 19,3% das mulheres.

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