A Venezuela não deve fazer parte do Mercosul. Essa é a opinião de 85% dos internautas que participaram da enquete do estadão.com.br. Foram 3.265 votos no total e desses 2.760 foram contrários. Apenas 505 (15%), se disseram favoráveis à adesão do país vizinho ao bloco. Nesta quarta-feira, 21, a Câmara aprovou por 44 votos a 17, o ingresso da Venezuela no Mercosul. Após cinco horas de discussão, a decisão foi tomada nesta quarta-feira, 21, em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Projeto segue para votação no plenário da Câmara e, em seguida, vai ao Senado. Apesar de favorável ao ingresso do país vizinho no bloco, o relator do parecer, deputado Paulo Maluf (PP-SP), fez restrições ao presidente venezuelano, Hugo Chávez. Maluf indicou que a reeleição presidencial sem limites, que Chávez impulsiona dentro de uma reforma constitucional, se choca com a cláusula democrática do Mercosul, vigente desde 1998, e que estabelece que a plena vigência do estado de direito é condição essencial para pertencer ao bloco. O projeto ratifica o texto do protocolo assinado em Caracas, em julho de 2006, pelos países que fazem parte do bloco econômico (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), além da própria Venezuela. Assinado em 1998, o protocolo de Ushuaia, integrante dos acordos do Mercosul, estabelece em seu artigo primeiro que a "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo". Maluf reitera documento anterior do Mercosul que estabeleceu que "a plena vigência das instituições democráticas é condição indispensável para a existência e o desenvolvimento do Mercosul". O protocolo prevê, no caso de ruptura da ordem democrática, a suspensão do direito de participar do Mercosul até o efetivo restabelecimento da democracia no País. Os defensores do protocolo lembram que, entre 2003 e 2005, as exportações brasileiras para a Venezuela cresceram 265%, e que, portanto, rejeitar a proposta seria ir na contramão desse processo de aproximação econômica. Já os críticos defendem que a entrada da Venezuela no Mercosul pode trazer mais problemas que ganhos ao processo de integração do Mercosul, em razão das posições políticas assumidas pelo presidente Hugo Chávez.