14 de março de 2010 | 09h48
O plano inicial do projeto Manuel Alves de fruticultura irrigada previa a geração de 15 mil empregos diretos e 30 mil indiretos, numa fabulosa produção de frutas para exportação. Por enquanto, só 47 lotes estão produzindo, mas muito pouco. Emprega uma média de quatro pessoas por lote, o que dá uma geração de 168 empregos. Pior: o próprio Ministério da Integração Nacional admite que, sem escritura, os empreendedores terão dificuldade para conseguir financiamento.
"As instituições de crédito certamente não financiarão os altos investimentos em terreno que não é do produtor", admitiu o ministério ao Estado. "Para emissão da escritura há necessidade do georreferenciamento dos lotes, processo demorado e em fase de conclusão", disse a assessoria da pasta.
O projeto é tão importante que o governo investiu nele R$ 235 milhões. Lula e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, fizeram a festa da inauguração dois anos atrás, no dia 11 março de 2008. Toda a infraestrutura está pronta, com uma barragem cujo reservatório tem 241 milhões de litros de água, além de lugar próprio para a instalação de uma pequena central hidrelétrica, que vai gerar 8 megawatts de energia. Lá deveria ser também um centro de lazer. Há duas estações para bombear a água para os lotes e todos já têm a água na porta. Mas, em vez de plantações, por enquanto mais de 90% dos lotes estão ocupados pelo capim, alto, vistoso.
Alguns agricultores, que começaram a plantar mamão, maracujá, abóbora e banana, queixam-se da falta de apoio técnico e da baixa produtividade. Os lotes da primeira etapa, de cinco mil hectares, começaram a ser vendidos. O governo está oferecendo a terra a agricultores familiares, que contam com financiamento do Banco da Amazônia para comprar os lotes (cerca de R$ 7 mil por hectare), além de grandes empresas, que podem adquirir os chamados lotes empresariais, de até 460 hectares.
No início do mês o governador do Tocantins, Carlos Henrique Gaguim (PMDB), parceiro do governo federal no empreendimento, recebeu algumas sugestões para acelerar o projeto. O pacote de ideias, estudado pela Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Ministério Público, prefeituras de Porto Alegre do Tocantins e de Dianópolis e membros da Associação de Produtores do Projeto Manuel Alves, fala de mais linhas de crédito e financiamento e visita a Estados produtores de frutas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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