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Maia tenta desfazer mal-estar com o PSDB após dizer que aliança estaria terminando

Presidente da Câmara chama deputados para conversa reservada; tucanos preparam manifesto

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Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), tentou acalmar a bancada de deputados federais do PSDB, na quarta-feira, 16, e fez vários elogios ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). Dias depois de ter dito, em entrevista ao Estado, que o ciclo de aliança entre o DEM e o PSDB “está terminando”, Maia chamou os tucanos para um almoço na residência oficial da Câmara e afirmou que não teve a intenção de fechar as portas para uma composição com o partido mais adiante.

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O deputado repetiu, porém, que pretende manter sua candidatura ao Palácio do Planalto “até o final”. Pré-candidato à Presidência, Alckmin ficou aborrecido com as declarações dadas por Maia ao Estado. Na entrevista, o deputado admitiu o desgaste na relação entre as duas siglas.

Na conversa desta quarta, no entanto, ele procurou desfazer o mal-estar. O ex-governador estava em Brasília, mas não compareceu ao almoço. O Estado apurou que os dois devem se reunir na próxima semana.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em evento em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Concordamos em manter um canal de diálogo para ter convergência em algum momento, que tanto pode se dar no segundo turno como nas convenções, com a unidade do bloco ainda na primeira rodada”, resumiu o deputado Marcos Pestana (MG), secretário-geral do PSDB. “Se percebermos que o apocalipse se aproxima, tentaremos a unidade ainda no primeiro turno.”

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Pestana definiu como “apocalipse” a possibilidade de vitória de candidatos como Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e Ciro Gomes (PDT-CE). No almoço desta quarta com Maia, o tucano lembrou que o PSDB e o DEM têm uma parceria histórica e disse temer as consequências da fragmentação da centro-direita.

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“Se o bloco reformista se pulverizar, a população pode ficar órfã no segundo turno”, argumentou Pestana. “Existe uma crise monumental e, em um cenário de disputa do populismo autoritário de direita e de esquerda, há muitos riscos.” Para o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que também participou do encontro com Maia,  ficou acertado ali que “é preciso criar pontes, e não muros” na relação entre o DEM e o PSDB.

Manifesto

Preocupada com o baixo desempenho de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto, no entanto, uma ala do PSDB decidiu articular um manifesto suprapartidário no qual conclama a união das candidaturas de centro.

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Redigido por Pestana e pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o documento defenderá a união dos postulantes desse espectro político na corrida eleitoral para evitar o avanço do chamado “radicalismo” na campanha. “Somos o bloco dos desextremados”, brincou Cristovam. “Precisamos unir os candidatos a presidente que têm propostas responsáveis do ponto de vista fiscal, comprometimento social e estratégias de desenvolvimento”.

O documento deve ser lançado na próxima semana e assinado por lideranças de vários partidos, incluindo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, todos do PSDB. “Queremos sensibilizar desde liberais até a centro-esquerda”, afirmou Pestana, ao mencionar simpatia por Marina Silva (Rede). “Não dá mais para a gente ficar discutindo atributos e defeitos dos personagens, e não o programa”.

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