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Maia propõe prazo para BB e CEF na MP contra crise

Por Fabio Graner
Atualização:

O líder do DEM, senador Agripino Maia (RN), defendeu na reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e líderes do Senado, que se estabeleça um prazo de validade para a possibilidade de a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) poderem comprar instituições financeiras privadas. Segundo ele, sem esse prazo - que poderia ser de seis meses a um ano - a medida provisória (MP) 443, que autoriza as duas instituições comprarem ativos de bancos que estiverem em dificuldades, se torna um cheque em branco para que o governo faça uma estatização do sistema financeiro sem a devida transparência. Para o líder do DEM, o ideal seria que o socorro para os bancos em dificuldades fosse feito diretamente pelo Tesouro Nacional, como ocorreu no Programa de Renegociação das Dívidas do Setor Agrícola (Pesa). Segundo ele, o modelo previsto na MP é menos transparente porque, de qualquer forma, a CEF e o BB vão precisar de recursos do Tesouro para comprar carteiras de crédito falidas. Maia disse que Mantega e os líderes presentes na reunião concordaram com a idéia de se estabelecer um prazo de validade do poder dado ao BB e à CEF pela MP 443. O líder do PSB, senador Renato Casagrande (PSB-ES), confirmou a informação, mas o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), negou este apoio. "Não vamos dar prazo de validade porque não tem prazo de validade para a crise. Se a oposição combinar com o mercado quando vai acabar a crise, nós podemos estabelecer um prazo. Mas a crise não tem prazo para acabar." Jucá afirmou que o governo vai fiscalizar os bancos para que o crédito chegue à economia real. Ele disse ainda que o governo vai editar quantas MPs julgar necessário para que a equipe econômica tenha instrumentos para enfrentar a crise. Política fiscal O senador Aloizio Mercadante, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), mostrou-se favorável, durante a reunião, à proposta de adiamento do prazo para o recolhimento de impostos, proposto hoje pelo ministro Guido Mantega no Encontro Nacional da Indústria. Mercadante defendeu ainda a utilização da política fiscal para sustentar o crescimento da economia diante da crise. Ele disse que com a desvalorização do real o governo ganhou cerca de R$ 80 bilhões e a dívida foi reduzida, o que dá espaço para uma política fiscal mais expansionista.

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