Maia defende Bolsonaro após crítica de prefeito de Nova York

Político americano comemorou o cancelamento da viagem do presidente brasileiro a premiação na cidade

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Por Breno Pires
Atualização:

BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro, após críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. O político norte-americano comemorou no Twitter o cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, onde ele receberia o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. "O seu ódio não é bem-vindo aqui", disse Blasio.

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Rodrigo Maia respondeu. "O prefeito de NYC critica a intolerância de Jair Bolsonaro mas age da mesma forma. Discordo em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores mas não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito", disse Maia, no Twitter, na noite deste sábado.

Horas antes, Bill de Blasio tinha dito que os "nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão" e "nós expusemos sua intolerância". "Ele (Jair Bolsonaro) correu. Não fiquei surpreso - valentões geralmente não aguentam um soco", tuitou o prefeito da cidade. Em outra postagem, ele disse que Bolsonaro ataca os "direitos LGBTQ e seus planos são destrutivos para o nosso planeta".

Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia Foto: Ernensto Rodrigues/Estadão

O comentário de Maia sobre Bolsonaro vem em um momento de melhora no clima entre os chefes da Câmara e do Planalto. Após farpas trocadas publicamente, algumas arestas foram aparadas nas últimas semanas. No sábado passado, o presidente da República chegou a afirmar que "está namorando Rodrigo Maia" e que ele é "meu parceiro", após conversarem no aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União Walton Alencar Rodrigues. No domingo passado, o presidente recebeu Maia no Palácio do Planalto e trataram da Reforma da Previdência, pauta em que ambos estão empenhados.

O cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, segundo o porta-voz da Presidência da República, se deve a protestos. Ele iria pessoalmente receber o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no próximo dia 14.

Além de críticas de Bill de Blasio, que chegou a chamar Bolsonaro de “ser humano perigoso”, o Museu de História Natural de Nova York havia se recusado a sediar o evento. Ao longo da semana, algumas empresas retiraram o patrocínio à premiação após pressão de ativistas de direitos LGBTQ e ligados a minorias, que pediam boicote à premiação. Algumas empresas decidiram deixar de patrocinar o evento.

"Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade", disse o porta-voz Octávio Rêgo Barros.

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