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Maguito anuncia processo contra governistas do PMDB

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente em exercício do PMDB, Maguito Vilela, disse na tribuna do Senado que está entrando com denúncias contra os três ministros indicados pelo PMDB - Eliseu Padilha (Transportes), Ramez Tebet (Integração Nacional) e Ovídio de Angelis (Desenvolvimento Urbano) - no Tribunal Superior Eleitoral e no Ministério Público Federal. No TSE, ele pedirá uma investigação sobre suposto abuso de poder em benefício de outro partido, o PSDB. No Ministério Público Federal, Maguito solicitará a abertura de uma ação civil contra os três ministros por improbidade administrativa. As denúncias, segundo o parlamentar, têm como base reportagens apontando o uso da máquina do governo para pressionar delegados para a convenção do PMDB, marcada para 9 de setembro, a aderirem à candidatura de Michel Temer. Vilela disse ainda que, por solicitação de cinco dos mais representativos diretórios regionais do partido do País - São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Tocantins-, submeterá, na reunião da Comissão Executiva Nacional, que acontece na quinta-feira, a proposta de adiamento da convenção nacional que escolherá o novo presidente do partido. "Esta disputa está embotada pelo vício espúrio da negociata e da barganha. Não vejo clima para a realização de uma convenção limpa e democrática", justificou. "Harakiri do PMDB" O senador Pedro Simon (PMDB-RS) repreendeu publicamente o senador Maguito Vilela, por estar expondo publicamente uma crise interna do partido. Simon disse estar impressionado e que, em 40 anos de vida pública, nunca tinha visto algo semelhante à denúncia de Maguito contra os três ministros do partido. "Não entendo a ida de vosa Execelência à tribuna. O senhor está expondo o PMDB à execração pública, ao dizer que o PMDB não é nada, que os ministros do PMDB não valem nada, e que os convencionais do partido se vendem. Estamos assistindo praticamente ao harakiri do PMDB", declarou. Simon chegou a lembrar Maguito que a situação atual é a mesma que existiu em 1998. Naquela época, rememorou Simon, o partido estava dividido em relação ao apoio à candidatura do ex-presidente Itamar Franco e à candidatura à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Simon, naquela época, ele estava ao lado de Itamar, enquanto que outros líderes, que hoje estão do lado do governador de Minas (como o próprio Maguito), estavam do outro lado. Lembrou também que o ministro Ovídio de Angelis foi indicado pela bancada do PMDB de Goiás como uma pessoa competente e que, agora, os mesmos que o indicaram o estão contestando. "Alguns que hoje estão do lado de cá na época estavam do lado de lá e as acusações eram as mesmas", afirmou. Simon concordou com Maguito que o governo Fernando Henrique é um governo que "compra", que já fez isto outras vezes, o que considera uma "imoralidade". Confirmou também que está havendo pressão do governo em relação à convenção do PMDB e que o partido tem que tomar uma posição, mas discordou da maneira pública utilizada por Maguito. Ele também reclamou do fato de ter sido surpreendido pelo discurso de Maguito que desmarcou, sem dar explicações, um encontro que os dois teriam hoje pela manhã. "Eu tinha o direito de saber o teor do pronunciamento e Vossa Excelência tinha obrigação de me falar", afirmou. Simon disse ainda que se este fato tiver uma grande repercussão na mídia nacional o PMDB não precisa ter mais nenhum adversário. Maguito respondeu que não é ele e sim o presidente Fernando Henrique e os ministros do PMDB que estão expondo o partido à execração pública.

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