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Mães de santo da Bahia se reúnem pela paz mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

Os atabaques dos terreiros de candomblé da Bahia vão bater pela paz mundial, para evitar um confronto de grandes proporções entre os Estados Unidos e os povos muçulmanos. Amanhã, 40 pais e mães de santo do culto afro-brasileiro, representantes dos mais importantes terreiros de candomblé de Salvador, se reúnem na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Pelourinho, para pedir proteção das divindades africanas à paz mundial. Um dos organizadores do culto, Ozéas Santana, do Terreiro Luan-Deuá, situado no Subúrbio Ferroviário da capital baiana explicou que as lideranças da Igreja Católica, Judaísmo e do Islã têm-se reunido para defender a paz, mas em nenhum momento convidaram representantes da culto afro. "Decidimos, então, tomar essa iniciativa, condenando os atentados e nos solidarizando com as famílias das vítimas, mas lutando para que encontrem soluções pacíficas contra o terrorismo", disse. Os sacerdotes do candomblé escolheram Oxalá, o pai de todos os orixás como principal homenageado do culto. É a ele que todos vão pedir paz. Templo onde as celebrações do sincretismo baiano são tradicionais, a Igreja do Rosário dos Pretos foi escolhida para a reunião por ser um símbolo da história de inserção social dos negros na sociedade brasileira. A igreja, construída no século 18, foi erguida pelos escravos nos momentos de descanso do trabalho. A expressão, "descansar carregando pedras", surgiu exatamente na história da construção da igreja, pois os negros carregavam à noite as pedras tiradas de numa pedreira próxima ao local para levantar o templo. Os 40 líderes do culto afro-baiano já se reúnem regularmente às quartas-feiras, na sede do Centro Baiano Anti-Aids para discutir a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis nos terreiros baianos.

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