Mãe adotiva confessa seqüestro de Pedrinho

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Por Agencia Estado
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O delegado da polícia Hertz Andrade disse hoje que que Vilma Martins, a mãe adotiva, confessou informalmente o seqüestro do bebê Pedrinho, do hospital Santa Lúcia, há mais de 16 anos, e o registrou com o nome de Osvaldo Borges Júnior. "A Polícia Civil não tem mais dúvidas: Vilma e a mulher que subtraiu o bebê do hospital são as mesmas pessoas", afirmou Hertz, responsável pelo inquérito. Segundo Hertz, a confissão se deu numa conversa com ele e o delegado-chefe da Delegacia de Homicídios, Luiz Julião, ontem, numa reunião na residência do presidente da Câmara de Vereadores de Aparecida de Goiânia, Sr. Araújo. O advogado de Vilma, Ezízio Barbosa, foi quem levou Vilma para esse encontro. Inicialmente, na conversa ela teria tentado negar a participação, como já vinha fazendo. Segundo o delegado Hertz Andrade, ele mesmo conduziu a conversa para mencionar o que considerou como coincidências entre Vilma e o retrato falado da sequestradora: sombrancelha em forma de arco, nariz abatatado, boca carnuda, morena jambo, entre 1,65 e 1,68 metro de altura, gorda e cabelo liso, uma mulher que aparentava mais ou menos 30 anos. Na idade, segundo ele, uma nova coincidência porque Vilma, na época, também teria cerca de 30 anos. "Todas as características correspondem com as da senhora", ponderou o delegado, segundo relato dele mesmo. Então, Vilma nesse momento durante a conversa começou a chorar e disse: "Vou dizer que fui eu, mas não vou oferecer nenhum outro elemento". Ainda segundo o relato do delegado, na conversa, Vilma pediu para prestar o depoimento formalmente somente após conversar com os filhos. Ela foi para a casa e não quis mais falar sobre o assunto. Mandou a filha avisar os delegados de que não prestaria mais declarações e arcaria com todas as conseqüências. O advogado de Vilma, Ezízio Barbosa, garante que Vilma não planeja fugir e vai aguardar a conclusão do processo "com a consciência tranqüila". "Ela cooperou com a polícia", afirmou. O advogado informou que apresentaria à Justiça ainda na quinta-feira um pedido de habeas-corpus preventivo. "Ela é primária, tem residência fixa, bons atecedentes e, mesmo se quisesse fugir, nem teria para onde ir", argumenta. Ele conta que o passaporte de Vilma seria entregue à Justiça junto com o pedido de habeas-corpus. "Um eventual pedido de prisão seria eivado de ilegalidade." Barbosa considera os indícios apresentados pela polícia do Distrito Federal insuficientes para acusar sua cliente do seqüestro do menino, ocorrido há 16 anos. "Quantas pessoas com as mesmas características não passaram por aquele hospital", questiona. "Essas investigações não são conclusivas." No domingo, Osvaldo Júnior conheceu sua família biológica e havia combinado que passaria o feriado na casa deles, em Brasília. Entretanto, existe agora a hipótese de ele desistir da viagem para amparar a mãe adotiva, que sofre de hipertensão e tem controlado a doença por meio de medicamentos. "Ela está muito abalada", conta Barbosa.

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