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Macaco Paulinho volta a casar-se

Por Agencia Estado
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Depois de um casamento conturbado de 10 anos, entremeado por brigas e sopapos e encerrado há três meses, o macaco Paulinho, de 17 anos, parece ter encontrado a felicidade. Ele se casou pela segunda vez, com direito a cerimônia, presentes e convidados. Paulinho não tem preconceitos: sua nova parceira, que ainda não tem nome, é uma forasteira de Santa Catarina, oito anos mais velha do que ele. A noiva estava tímida e atrasou quase uma hora para aparecer para os "convidados" - estudantes de escolas públicas que perderam a aula para acompanhar o casamento dos macacos. Quando o casal surgiu no viveiro, Paulinho foi o mais afoito com os presentes. Atacou uma caixa embrulhada em papel vermelho, com tangerinas, melancia, alface, e, é claro, bananas. Por alguns instantes, ele se divertiu jogando pedaços de banana em fotógrafos e cinegrafistas que registravam o enlace. Para a noiva, restou brincar com a caixa e as fitas brancas que serviram de grinalda. A princípio o casal se manteve afastado. Nos últimos três meses, eles apenas "namoraram" por entre as grades. "É o período de conhecimento. Um coloca o dedo por entre as grades, o outro toca, beija. Eles se cheiram. É sinal de que há interesse entre eles", diz o biólogo Valdir Júnior. Para incentivar os noivos, as crianças gritavam "Vai Paulinho! Vai Paulinho!", mas parece que o chimpanzé queria privacidade. O "casamento" dos chimpanzés foi uma brincadeira dos funcionários do Riozôo para animar o Dia dos Namorados, mas tem como pano de fundo um tema sério: há 20 anos o zoológico não registra a reprodução em cativeiro desse tipo de macaco. Paulinho e Cássia dividiram o mesmo viveiro durante 10 anos, e não tiveram muito contato - a não ser para a troca de sopapos. Como não é fácil conseguir fêmeas de chimpanzé, o zôo do Rio precisou oferecer em troca da noiva de Paulinho uma zebra e aves. A macaca viveu muitos anos num circo e estava num zoológico catarinense. Nos próximos dias, as crianças poderão escolher o nome dela. Nazira, Maria Eugênia, Catarina e Valentina são as opções. O Dia dos Namorados não foi escolhido ao acaso para juntar o novo par. Hoje foi o dia em que a noiva entrou no cio. Mas os funcionários do zôo têm outro problema. Macacos aprendem a procriar assistindo aos companheiros copulando. Tanto Paulinho quanto sua noiva nunca se reproduziram antes. "Nos zoológicos americanos, eles colocam fitas de vídeo para incentivar os macacos, mas não temos essa estrutura aqui", afirmou o biólogo Valdir Júnior, que trata do casal. Enquanto Paulinho e sua noiva estavam "casavam-se", a abandonada Cássia andava sozinha e cabisbaixa num viveiro ao lado. Júnior garantiu que ela não ficará solitária por muito tempo. Há planos de juntá-la ao macaco Pipo - chimpanzé nervoso, com fama de violento e conhecido por jogar cocô nos visitantes. "Ele pode estar assim porque ainda não encontrou o par ideal", arrisca o biólogo.

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