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Lula volta a defender aliança com PL

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que as denúncias contra o deputado Luís Antônio de Medeiros (PL-SP), de envolvimento em desvio de recursos da Força Sindical - de que Medeiros foi presidente - não alteram as negociações entre o PT e o PL visando às eleições presidenciais de 2002. Segundo Lula, as conversas são entre partidos, e não entre pessoas. "Medeiros é problema do PL, não é do PT, e o nosso acordo tem que ser com o partido", sustentou Lula. Ele lembrou que Medeiros já está sendo investigado pela Câmara, e considerou esse caso o grande teste para o recém-criado Conselho de Ética daquela casa do Congresso. Lula manifestou, ainda, sua convicção de que o PT "está tendo a mais extraordinária oportunidade de governar este País" e disse que, se fosse o PSDB que estivesse em negociações com o PL, "possivelmente não teria aparecido essa coisa do Medeiros". Ele ressaltou que o PT continua colocando a ética como condição sine qua non para fazer política. "Mas não vamos ser ingênuos de jogar nos braços dos nossos adversários possíveis aliados nossos", afirmou. Ele lembrou, em favor do PL, que, em 90% das votações importantes, esse partido tem votado com a oposição. Bombardeios Lula disse que os Estados Unidos tomaram uma atitude "precipitada" ao atacar o Afeganistão antes de esgotadas todas as possibilidades de negociação. Segundo ele, os EUA têm o direito de combater o terrorismo, por terem sido vítimas de atentados, mas ponderou que uma guerra contra o Afeganistão pode atingir milhares de pessoas inocentes. "Eu não sei se, como os bombardeios, eles vão conseguir pegar o Bin Laden. Por isso, acho que deveriam ter esgotado as negociações", afirmou, em entrevista coletiva após o lançamento do Projeto Fome Zero, um programa do Instituto Cidadania, vinculado do PT, que deverá fazer parte do programa eleitoral do candidato do partido à presidência da República. Fome Zero Falando sobre o Fome Zero, Lula conclamou o Congresso e os governos, principalmente o Federal, a implantarem imediatamente o projeto. "Poderíamos começar o programa agora, para não termos que esperar o novo governo", afirmou, defendendo que o assunto seja a prioridade na discussão do Orçamento Geral da União para 2002, que está começando a ocorrer no Congresso. "Assim, se faltar dinheiro, vai faltar para outra coisa, e não para (o combate) à fome", argumentou. Ele sugeriu que as ações comecem imediatamente com as prefeituras, independentemente dos partidos que as controlam. "O PMDB, o PTB, todos podem colocar o programa em prática, pois não queremos a paternidade do projeto", disse Lula. Ele explicou que a primeira etapa do trabalho é o cadastramento dos famintos em cada cidade, o que pode ser feito com o auxílio de organizações não governamentais e das igrejas, independentemente do credo a que pertençam.

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