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Lula visita cidade onde um terço recebe Bolsa-Família

Presidente foi até Crateús, de 74 mil habitantes, checar a produção de biodiesel

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita na tarde desta quarta-feira uma usina de produção de biodiesel do grupo privado Eco Brasil, em Crateús, a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. Uma caravana de mais de 100 motoqueiros acompanha o presidente pelas ruas da cidade. Em Crateús, um terço da população de 74 mil pessoas recebe ajuda do Bolsa-Família, segundo o prefeito José Almir (PMDB). Os programas do governo federal de transferência de renda equivalem, estima o prefeito, a um terço do Orçamento do município, que é de R$ 2,5 milhões por mês. Ao desembarcar no aeroporto, Lula foi recebido pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). Lula visitou nesta quarta-feira Recife, Parnamirim e Crateús. Esta foi a primeira visita dele neste ano ao Nordeste. O presidente tinha estado pela última vez na região em 24 de outubro, quando fez comícios em Timon, no Maranhão, e Teresina, no Piauí. Foi na região nordestina que ele teve a maior proporção de votos válidos, um índice de 77%, o que representa 19,3 milhões de eleitores. Cordel Versos atualizados de literatura de cordel marcaram a volta de Lula ao sertão nordestino. Os poetas populares de Crateús saíram às ruas com livretos, fitas cassete e até CDs com versos que contam o final da campanha do ano passado, a posse em janeiro, os primeiros dias do segundo governo e as conversas para escolha do novo Ministério. Com menos exaltação à figura do presidente e mais cobranças de promessas, os novos livretos vendidos a dois reais no comércio de Crateús lembram promessas de aumento da renda e da oferta de empregos. Mais famoso cordelista de Crateús, Lucas Evangelista, no livreto "Lula, a esperança do Brasil", conta que o presidente vai corrigir agora o plano de governo. "No ano dois mil e sete/Lula entra novamente/Vai replantar o Brasil/Onde falhou a semente", destaca o poeta. "Comerciante quebrado/Vai ter acesso o negócio/Quem fez mau casamento/Vai ter direito a divórcio", completa. "O salário tem que ter/Aumento com proporção/O trabalho da mulher/Ter mais valorização." Em versos, o poeta diz que Lula ainda não decidiu quais nomes vão compor a nova equipe de governo, mas avalia quais são os critérios da escolha. "Fazendo uma seleção/Dos partidos que lutaram/Sem usar corrupção/E não prejudicaram/Lula só vai escolher/Aqueles que lhe ajudaram." O cordel também fala "daqueles que roubaram/Com ganância e ambição/Nas barbas do presidente". "Tem muita gente enganado/Em pensar que Lula viu/O que fez o Zé Dirceu/Chefe da Casa Civil/Querendo meter a mão/No tesouro do Brasil". Os ataques não se restringem ao ex-ministro José Dirceu. Foram criticados ainda os ex-ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação. "Antonio Palossi na dança/Também se prejudicou/Os homens fortes de Lula/Foram os que mais perturbou/Luís Bushiquém também/Na laçada se enganchou." Pelas análises do cordel, o candidato derrotado do PSDB na última eleição presidencial, Geraldo Alckmin, poderá ter outras chances. "Geraldo Alquimin lutou/Quem não ganha na primeira/Tenta uma, duas, três/Tudo acontece na hora/As vezes não se ganha agora/Pode ganhar de outra vez", destaca o cordel.

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