Lula: venda de caças deve garantir transferência de tecnologia

'É hora de fazer análise estratégica, política e econômica da proposta trará mais benefícios para o Brasil', disse

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 9, que a empresa a ser escolhida para vender 36 caças ao Brasil terá que se comprometer com a "transferência irrestrita" de tecnologia.

 

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"Posso adiantar que a empresa escolhida, seja qual for, terá que se comprometer com a transferência irrestrita de toda a tecnologia de ponta", disse em resposta a um leitor na coluna semanal O Presidente Responde.

 

 

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Três empresas disputam a concorrência para vender os aviões ao Brasil: a francesa Dassault, com o Rafale, a americana Boeing, com o F/A-18 Super Hornet, e a sueca Saab, com o Gripen NG.

 

A resposta do presidente reforça a percepção de que o governo brasileiro já escolheu o jato francês. Na semana passada, em evento com militares, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, alertou para uma brecha na proposta da Boeing que demonstraria não haver comprometimento dos EUA com a transferência de tecnologia. Segundo o ministro, a empresa americana oferece o pagamento de uma indenização caso não haja transferência de tecnologia.

 

"O que de um lado é interessante, mas de outro também é demonstração de que a própria Boeing não tem segurança. Porque o governo americano tem várias agências que decidem, inclusive o Congresso, que tem de aprovar essas transferências. O Congresso lá é muito forte", disse o ministro na última sexta-feira, 5.

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Em janeiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) encaminhou ao Ministério da Defesa um relatório com a análise técnica sobre as aeronaves. Segundo informações que vazaram para a imprensa, a melhor opção, na opinião da FAB, seria o Gripen NG - o que contrariaria a escolha política do governo brasileiro pela parceria com a França. Em setembro do ano passado, em visita do presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao Brasil, Lula revelou a inclinação do País em negociar com a França a compra dos caças.

 

Na entrevista desta terça, o presidente afirmou ainda que agora é hora de o governo fazer "a análise estratégica, política e econômica para apontar qual a proposta trará mais benefícios para a sociedade" e que "baterá o martelo" em relação à escolha de um dos modelos depois de ouvir o Ministério da Defesa e o Conselho de Defesa Nacional.

 

 

Com informações da Agência Brasil

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