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Lula vai pedir a Bush que derrube barreira ao etanol

Expectativa é que ´efeito Bush´ seja sentido nos congestionamentos em toda SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente George W. Bush desembarcou às 20h14 de quinta-feira, 8, em São Paulo e nesta sexta-feira, 9, tem encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos quais vai ouvir o colega brasileiro pedir a redução da tarifa do álcool importado pelos Estados Unidos. Um dos argumentos a serem usados pelo governo brasileiro é a disposição americana de tornar o etanol uma commodity internacional - como o petróleo, que não tem sobretaxa. Lula chamou de ?nefastos? os subsídios dados pelo governo aos agricultores americanos, após encontro com o presidente alemão, Horst Köhler. Disse também que a pobreza e o terrorismo do mundo só serão superados quando os países pobres puderem exportar seus produtos aos Estados Unidos e à Comunidade Européia sem barreiras tarifárias. A visita de Bush ocorre num momento em que Lula é o líder com melhor imagem nos países latino-americanos, segundo o Instituto Ipsos. A avaliação positiva do brasileiro supera a negativa em mais de 35 pontos porcentuais em países como Peru e Bolívia. Bush tem a pior imagem, com saldo negativo. Mesmo antes de sua chegada, um protesto na Avenida Paulista terminou em confronto com a Polícia Militar, que teve feridos. Nesta sexta, o presidente americano visita um terminal da Transpetro, em Guarulhos, almoça com Lula e outras autoridades e segue ao Uruguai. São Paulo pode viver dia caótico, devido a bloqueios no trânsito para a comitiva dos EUA. ´A hora do Bush´ O presidente Bush mudou a rotina de um dos principais centros empresariais de São Paulo, antes mesmo de desembarcar na Capital. Vários escritórios da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin, Zona Sul, dispensaram seus funcionários entre 16h e 16h30 desta quinta-feira. A avenida passa ao lado do Hotel Hilton, onde Bush já está hospedado. A idéia era evitar que o horário de saída deles pudesse coincidir com a chegada da comitiva do presidente. O rush antecipado, porém, causou problemas a quem precisava pegar ônibus para casa. Os pontos ficaram lotados e não havia espaço para todo mundo nos ônibus. ?Já passaram alguns, mas não deu para entrar. Isso aqui é vazio nesse horário?, estranhou a copeira Cecília Teles, liberada às 16h, uma hora antes do normal, e dispensada hoje do serviço, em um prédio de frente para o Hilton. Não houve mudança nem de horário nem de itinerário nas linhas que passam pela Berrini. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) fez bloqueios em sete ruas próximas ao hotel, mas não houve congestionamentos. Motoristas se queixaram da proibição de estacionamento nessas ruas desde o início da manhã, por razões de segurança. ?Somos 16 taxistas nesse ponto e vamos ficar sem passageiro por dois dias. É um prejuízo de quase R$ 8 mil?, disse Izaías de Oliveira, cujo ponto fica na Rua Arizona. O trânsito só parou entre as 16h10 e as 16h25, quando o sentido bairro da Berrini foi bloqueado para a saída de cerca de 25 carros da comitiva de Bush, rumo ao Aeroporto de Guarulhos. A CET registrou pico de lentidão na cidade às 8h30, de 100 quilômetros - a média é de 73. O problema se concentrou na Marginal do Pinheiros, por causa das obras de recapeamento da pista. À tarde, no entanto, os índices ficaram abaixo da média. Uma manifestação de estudantes contra Bush na Avenida Paulista causou 2 km de congestionamento por volta das 16h, com reflexos até na Avenida Rebouças.

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