Lula usa balanço como incentivo para campanha

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com a popularidade em queda e diante de uma platéia formada por ministros, líderes dos partidos da base aliada e presidentes de estatais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o incomum balanço de 18 meses de governo para incentivar a equipe e dar discurso político para os candidatos aliados nas eleições municipais. Depois de uma apresentação de uma hora e meia do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sobre os ?resultados? do governo, o presidente tratou de levantar o moral da tropa. Aproveitando o entusiasmo de Dirceu, reabilitado como gerente e capitão do time, Lula incentivou a disputa de resultados neste ano eleitoral. ?A comparação com o nosso governo vai ser feita no final do mandato, mas eu quero mensalmente, semestralmente e anualmente fazer comparação com o que aconteceu?, argumentou Lula. ?Como temos o que dizer, não temos em nenhum momento de vacilar em topar disputas.? Bem-humorado, o presidente afirmou que sua intenção não é apenas fazer um confronto de idéias com a oposição, mas sim de números e ?coisas concretas?, independentemente das eleições municipais de outubro. Embora tenha dito que não se trata de agir movido somente pela eleição, Lula lembrou várias vezes que os ministros precisam estar preparados para o debate. Com 66 páginas, a revista ?O Brasil está mudando?, distribuída na solenidade, servirá como uma espécie de cartilha para esse objetivo. O presidente disse que poucas vezes na história republicana um governo foi tão sistematicamente cobrado como o do PT. Depois, disse achar a iniciativa saudável. ?Quando somos cobrados precisamos ter a clareza de que as pessoas estão cobrando de nós o que cobramos dos outros?. Por várias vezes, Lula dirigiu afagos aos seus ministros, afirmando que eles não devem ficar chatedos com as estocadas. ?Eu sofro com vocês quando vejo uma crítica. É um ministro que cai, que sobe, que é promovido...?, comentou. Também elogiou Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Guido Mantega (Planejamento) e o vice José Alencar. Depois, mandou um recado para Dirceu, sem citar seu nome. ?O que nós não podemos é permitir que alguma crítica ou insinuação ? verdadeira muitas vezes, mas em outras ocasiões maldosa ? possa mexer com a auto-estima de cada um de nós?, disse, numa referência indireta ao abalo do chefe da Casa Civil depois do escândalo Waldomiro Diniz, o assessor que foi flagrado pedindo propina a um bicheiro. E concluiu: ?Nós seremos lembrados por nossos filhos não pelo que a gente queria fazer, mas pelo que foi capaz de fazer.?

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